Sábado – Pense por si

Lavrov, a "poker face" do Kremlin

Luís Francisco 17 de abril de 2022 às 18:00

O homem que disse “nós não atacámos a Ucrânia” é um leal servidor com décadas de currículo na diplomacia internacional. Esconde o dinheiro e uma segunda família.

Em 2017, o então ex-secretário de Estado americano Rex Tillerson disse dele: "Não se pode dançar o tango com Lavrov, porque ele não tem licença para dançar." Sergei Lavrov, rosto e porta-voz do Kremlin, nunca desalinhou. Atravessou a Guerra Fria, o fim da União Soviética e está há décadas na primeira linha da diplomacia russa. O ministro dos Negócios Estrangeiros de Vladimir Putin alimentou ao longo dos anos uma imagem de negociador duro, sofisticado e inteligente, mas sempre sem se desviar um milímetro da estratégia do Kremlin. Desde a invasão da Ucrânia assumiu perante o mundo o papel de caixa de repetição da narrativa russa - a "operação especial militar", a "desnazificação" -, no tom desafiante e mordaz que cultiva, o mesmo que usou a 10 de março à saída do encontro com Dmytro Kuleba, o seu homólogo ucraniano: "Não temos planos para atacar outros países. Também não atacámos a Ucrânia."

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