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Jornalista bielorrusso Roman Protasevich condenado a oito anos de prisão

Lusa 03 de maio de 2023 às 12:43
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Além de Roman Protasevich, Stepan Putilo e Jan Rudik também foram condenados. Os três jornalistas são fundadores do NEXTA, um portal de notícias que se destacou na denúncia da repressão do regime.

As autoridades judiciais da Bielorrússia condenaram esta quarta-feira três jornalistas a penas entre os oito anos e os vinte anos de prisão, entre os quais Roman Protasevich, que foi preso em 2021 quando o regime de Minsk desviou o avião em que o repórter viajava.

Roman Protasevich
Roman Protasevich Reuters

Protasevich- o único acusado presente no Tribunal Regional de Minsk - foi condenado a oito anos de prisão, enquanto Stepan Putilo, fundador do NEXTA e Jan Rudik, chefe de redação do mesmo portal, foram condenados a 20 anos e 19 anos de prisão, respetivamente.

Putilo e Rudik encontram-se fora da Bielorrússia.

O Tribunal Regional de Minsk acusou os jornalistas de tentativa de "tomada do poder" assim como de "atos terroristas" e de insultos contra o chefe de Estado.

Os três jornalistas são fundadores do NEXTA, um portal de notícias que se destacou na denúncia da repressão do regime, sobretudo durante a vaga de protestos contra o Presidente Alexandr Lukashenko em 2020.

Roman Protasevich foi preso no dia 23 de maio de 2021, assim como a companheira Sofia Sapega com quem viajava a bordo de um aparelho da companhia Ryanair e que fazia a ligação entre Atenas e Vilnius, capital da Lituânia.

O aparelho comercial foi intercetado por um avião de guerra da Força Aérea da Bieolorrússia e obrigado a aterrar em Minsk, provocando protesto internacional contra o regime de Lukashenko.

O portal NEXTA, que publicou imagens e notícias das manifestações em 2020 foi considerado "organização terrorista" e deixou de funcionar durante a vaga de repressão que marcou o período após as eleições presidenciais que foram contestadas pela oposição. 

Após ter sido preso, Protasevich aceitou cooperar com as autoridades judiciais e a televisão pública divulgou vídeos em que declarava estar arrependido.

De acordo com a oposição bielorrussa, os depoimentos do jornalista foram registados "sob coação". 

Protassevitch encontra-se em regime de prisão domiciliária desde junho de 2021, enquanto Sofia Sapega, cidadã russa, foi condenada anteriormente a seis anos de prisão.

Neste momento, estão em curso negociações entre Minsk e Moscovo para que Sofia Sapega seja transferida para a Rússia, onde deverá cumprir a pena a que foi condenada. 

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