Os confrontos recentes já provocaram a morte a mais de duas mil pessoas e deixaram outros tantos milhares feridos. Milhares de civis morreram, incluindo crianças e mulheres.
"Tamar, Yonatan e os seus filhos Shachar, Arbel, Omer", lia-se numa publicação feita pelo governo israelita no domingo. "Uma família inteira assassinada a sangue frio", continuava o texto, acompanhado por uma fotografia onde apareciam cinco pessoas: uma mãe, um pai e os seus três filhos pequenos, todos eles a sorrir. Segundo o governo israelita, a família inteira tinha morrido na sequência dos ataques levados a cabo pelo Hamas no sábado passado. Mas esta não é a única história de famílias inteiras mortas na sequência dos ataques.
De acordo com amigos da família, os cinco correram para o seu abrigo quando os ataques começaram. Daí enviaram uma mensagem onde diziam que estavam bem. Uma hora depois, no entanto, Tamar deixou de responder às mensagens de Yishai e Mor Lacob, amigos da família. Mais tarde souberam que o abrigo para onde tinham corrido tinha sido penetrado pelo Hamas e que a família tinha sido assassinada.
Na manhã de domingo, um voluntário em Nir Oz, uma comunidade de cerca de 400 pessoas, disse que os residentes acordaram com "um kibutz em chamas". Parentes de uma idosa disseram, citados pelo The Guardian, que os militantes do Hamas assassinaram uma idosa, filmando os seus últimos momentos e publicando-os na página de Facebook da própria. "Um terrorista foi a casa dela, matou-a, roubou-lhe o telefone, filmou o horror e publicou-o no mural do Facebook dela. Foi assim que soubemos", contou Mor Bayder, neta da vítima.
Tem sido também noticiado um massacre no kibutz de Kfar Aza, a cinco quilómetros da Faixa de Gaza. As forças armadas israelitas permitiram aos jornalistas visitar o bairro para testemunharem o massacre que terá resultado na morte de pelo menos 200 pessoas, entre os quais dezenas de crianças e bebés. O major-general israelita Itai Veruv relatou, citado pela Reuters, um cenário em que se "vê bebés, mães e pais nos seus quartos, nos seus abrigos" mortos.
Segundo o jornal i24, cerca de 70 soldados, muitos deles membros do Hamas, invadiram a comunidade no sábado, munidos com facas, armas e granadas. A embaixada de Israel em França acusou os "bárbaros dos Hamas" de "massacrarem 40 bebés durante os ataques". Não há relatos independentes da morte destes 40 bebés.
Mas não é só em Israel que se conhecem relatos tenebrosos. Segundo a Associated Press, os ataques israelitas na Faixa de Gaza dizimaram famílias inteiras. Abu Quta, palestiniano de 57 anos, conta à agência noticiosa que foi emitido um alerta para um ataque a um prédio no sul da Faixa de Gaza. A sua família achou estar segura, por morarem a várias centenas de metros do alegado alvo, não tendo abandonado a sua casa para estarem seguros, mas o alvo nunca foi abatido e foi a casa de Quta que foi destruída, morrendo 19 membros da sua família. Mulher, primos e sobrinhos morreram na sequência do ataque aéreo lançado pelo exército israelita.
Chamado a identificar os corpos da sua família, Quta conseguiu identificar 14 membros da sua família, mas quatro corpos de crianças ficaram na morgue, não sendo possível identificar quem eram. O corpo de um dos membros da sua família está ainda por ser encontrado no meio dos escombros. "Talvez os ponha a todos juntos numa campa comum", disse o homem de 57 anos.
Como estas, foram recolhidas várias histórias na Faixa de Gaza desde domingo, quando se intensificaram os ataques com mísseis. Alegadamente dezenas de crianças morreram na sequência dos ataques. Os habitantes de Gaza têm assinalado que os bombardeamentos aéreos efetuados desde segunda-feira são muito diferentes dos efetuados em anteriores confrontos, por se revelaram muito mais destrutivos e lançados sem aviso prévio, como era habitual nas operações israelitas no passado. O exército israelita não prestou comentários sobre as acusações.
Milhares de mortes
Twitter
Não são apenas civis os mortos. Esta terça-feira, o exército israelita confirmou ter encontrado cerca de 1.500 corpos de militantes do Hamas em território israelita. "Cerca de 1.500 corpos (de combatentes) do Hamas foram encontrados em Israel ao redor da Faixa de Gaza", disse à comunicação social o porta-voz internacional do exército israelita, Richard Hecht.
O número de vítimas do ataque surpresa do Hamas ultrapassa os 900 mortos e os 2.400 feridos, cerca de 500 em estado grave, segundo os dados mais recentes de fontes oficiais israelitas. Do lado palestiniano, os bombardeamentos aéreos israelitas provocaram pelo menos 830 mortos em Gaza, na maioria civis, segundo os responsáveis locais.
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