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Israel declara cerco a Gaza. Hamas ameaça executar reféns

Ao terceiro dia, o conflito continua a agudizar-se. Mais de 1.300 pessoas morreram, dos dois lados. Qatar e Egito podem estar a tentar negociar trocas de prisioneiros.

O governo de Israel declarou um "cerco completo" à Faixa de Gaza na sequência dos ataques do Hamas, que começaram no sábado, dia 7. Deste modo, o território palestiniano habitado por mais de dois milhões de pessoas ficará sem água e sem energia, que chegam do lado israelita. Yoav Gallant, o ministro da Defesa de Israel, disse ter dado instruções ao exército israelita para cercar a Faixa. "Não haverá eletricidade, comida, água, combustível, tudo será fechado. Estamos a lutar contra animais humanos e vamos agir de acordo com isso."

REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa

A Faixa de Gaza, na Palestina, também está a ser alvo de pesados bombardeamentos israelitas. O território também partilha a fronteira com o Egito, e ainda não é claro se esta se manterá aberta. Para entrar no Egito, os habitantes de Gaza precisam de permissão, que muitas vezes demora dias ou semanas até ser aprovada. 

Há 16 anos que Gaza se encontra sob um bloqueio, depois da eleição do Hamas em 2006, e é também afetada por fechos ocasionais da fronteira com o Egito. 

Entretanto, o braço armado do Hamas garantiu que começará a executar um civil israelita raptado sempre que haja um novo bombardeamento a casas civis por parte de Israel, sem pré-aviso. O porta-voz Abu Ubaida afirmou que o grupo terrorista tem agido de acordo com as instruções islâmicas ao manter os reféns sãos e salvos. O Hamas já acusou Israel de matar reféns israelitas em bombardeamentos. 

Segundo a agência noticiosa Reuters, mais de 100 pessoas foram raptadas, incluindo mulheres, crianças e idosos. São israelitas mas também pessoas de outras nacionalidades. Gilad Erdan, embaixador de Israel junto da União Europeia, diz que há dezenas de norte-americanos que foram raptados. A maioria tem dupla nacionalidade. 

Os últimos dados apontam para mais de 800 mortos em ataques feitos pelo Hamas, e mais de 500 mortes na Faixa de Gaza. 

O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Qatar diz estar em conversações com o Hamas e representantes do governo israelita com vista a uma troca de prisioneiros, e no Egito também saíram notícias sobre uma possível negociação para libertar mulheres cativas dos dois lados. Não houve confirmação quanto a nenhum dos esforços por parte do Hamas nem do governo de Israel. 

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