"Nós não temos as mesmas posições de princípio sobre este tema [e] tivemos uma conversa muito aprofundada sobre a questão" deste acordo assinado em 2015 com o objectivo de impedir o Irão de se dotar de armas nucleares, declarou Macron numa conferência de imprensa conjunta. "Desejamos, por isso, poder a partir de agora trabalhar num novo acordo com o Irão", acrescentou o chefe de Estado francês.
Por seu turno, Trump exigiu um novo acordo com bases "sólidas". "É um acordo com alicerces podres, é um mau acordo, uma má estrutura", afirmou o dirigente norte-americano, que prometeu "rasgar" o acordo, desejado pelo seu antecessor na Casa Branca, Barack Obama, e fruto de anos de negociações.
Ameaçando passar à acção 15 meses após a chegada ao poder, Trump deu aos signatários europeus do actual acordo com o Irão (Alemanha, Reino Unido e França) até 12 de maio para o tornar mais severo. "Veremos o que acontece após dia 12", comentou.
"Há vários meses que digo que este acordo não é suficiente, mas que nos permite, em todo o caso, ter até 2025 controlo sobre as actividades nucleares" do Irão, insistiu Macron.
O presidente francês desejou poder envolver-se no processo de redacção de um novo acordo "nas próximas semanas e nos próximos meses". "Esta via é a única que permite a estabilidade. A França não tem qualquer ingenuidade acerca do Irão", disse ainda.
Donald Trump aproveitou a oportunidade para agradecer ao homólogo francês a "firme colaboração" na operação militar na Síria em resposta a um alegado ataque químico do regime. "Presidente Macron, povos de França e dos EUA, agora é o momento da força. Que sejamos fortes e estejamos unidos", disse.
Trump afirmou que a parceira que estabeleceu com Macron é testemunho da "sólida amizade que une os dois povos" e agradeceu a "parceria sólida" demonstrada no ataque de 13 de Abril. "Com os nossos amigos britânicos, os Estados Unidos e França tomaram recentemente acções decisivas em resposta ao uso de armas químicas pelo regime sírio. Quero agradecer ao Presidente Macron, às Forças Armadas francesas e ao povo francês pela sua firme colaboração", afirmou.
Macron, o primeiro presidente a fazer uma visita de Estado aos EUA desde a posse de Trump, há 15 meses, sublinhou os laços entre os dois países, afirmando que "a América representa possibilidades infinitas" para França, que partilha com os Estados Unidos "um ideal de liberdade e de paz".