"A posição do Irão sobre a questão nuclear é clara e tem sido repetidamente declarada: o Irão nunca se aventurará no desenvolvimento de uma bomba nuclear", disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Irão garantiu hoje que o país não desenvolverá armas nucleares, mesmo que seja atacado pelos Estados Unidos, depois de um conselheiro do líder supremo, Ali Khamenei, ter avançado esta possibilidade.
REUTERS/Lisi Niesner
"A posição do Irão sobre a questão nuclear é clara e tem sido repetidamente declarada: o Irão nunca se aventurará no desenvolvimento de uma bomba nuclear", disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Ismail Baghaei, numa conferência de imprensa.
O diplomata afirmou que a política nuclear do Irão assenta na 'fatwa' --- doutrina religiosa --- emitida pelo 'ayatollah' Khamenei em 2003, na qual declarou as armas atómicas e biológicas 'haram' (proibidas).
Baghaei respondia a uma pergunta dos jornalistas sobre declarações do conselheiro de Khamenei, Ali Larijani, que disse que o Irão seria forçado a desenvolver armas nucleares se fosse atacado pelos Estados Unidos ou por Israel.
"Não estamos a desenvolver armas [nucleares], mas se fizerem algo de errado na questão nuclear iraniana, forçarão o Irão a avançar nesse sentido para se defender", admitiu, no entanto, Larijani em declarações feitas na semana passada a um canal de televisão.
"Se em algum momento eles [os EUA] decidirem bombardear, ou o fizeram através de Israel, vão obrigar o Irão a tomar uma decisão diferente", acrescentou.
O aviso de Larijani foi feito num contexto de novas tensões entre Teerão e Washington sobre o programa nuclear do Irão.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, ameaçou o Irão com bombardeamentos e tarifas se o país não chegar a acordo sobre o seu programa nuclear, depois de Teerão ter rejeitado negociações diretas com Washington na semana passada.
Teerão fechou a porta às negociações diretas devido às ameaças de Trump, mas manifestou disponibilidade para manter negociações indiretas.
O Irão afirma, há décadas, que o seu programa nuclear é exclusivamente para uso civil e pacífico, mas o Ocidente continua a suspeitar de que o país quer criar armas atómicas.
Desde que regressou à Casa Branca, a 20 de janeiro, Trump tem instado o regime de Teerão a iniciar negociações sobre o seu programa nuclear, com o objetivo de o impedir de fabricar armas atómicas.
Em março, ameaçou lançar um ataque contra as instalações nucleares iranianas se Teerão não aceitasse a sua oferta para negociar.
Reagindo a essa ameaça, na segunda-feira, o líder supremo da República Islâmica do Irão, o 'ayatollah' Ali Khameneí, prometeu "um golpe recíproco e forte" em caso de ataque.
Ao mesmo tempo, a administração de Donald Trump reimpôs a política de "pressão máxima" sobre o regime de Teerão, com o objetivo de reduzir a exportação de petróleo iraniano.
Esta medida tem tido grande impacto no país, onde a inflação ronda os 37% e a moeda nacional iraniana caiu para mínimos históricos.
Durante o primeiro mandato de Trump (2017-2021), o Presidente norte-americano retirou os Estados Unidos de um acordo nuclear com o Irão, em 2018.
O acordo envolvia também China, França, Rússia, Reino Unido e Alemanha e limitava o programa nuclear do Irão em troca do levantamento das sanções económicas.
Com a saída do acordo, Trump restabeleceu sanções contra a república islâmica.
O Irão e os Estados Unidos não mantêm relações diplomáticas desde 1980, mas trocam informações indiretamente através da embaixada suíça em Teerão, que representa os interesses norte-americanos.
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