O Ministério da Segurança do Estado, o Exército de Libertação Popular e a polícia nacional da China foram algumas das identidades que encomendaram serviços aos hackers da I-Soon.
Uma fuga de informação de uma gigante tecnológica chinesa revelou que agentes de segurança do Estado pagaram dezenas de milhares de euros ahackerspara que sejam recolhidos dados sobre instituições ou governos estrangeiros.
Getty Images
Foram mais de quinhentos arquivos da empresa I-Soon, arrecadados durante oito anos, que acabaram publicados noGithub. Os documentos já foram considerados autênticos por vários especialistas internacionais em cibersegurança e incluem metas relativas à NATO, ao Ministério dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido ou aos ministérios dos Negócios Estrangeiros da Associação de Nações do Sudeste Asiático.
Esta fuga de informações permite uma visão sem precedentes do mundo doshackersna China e deixa claro que estes prestadores de serviços privados são amplamente contratados pelo governo chinês para espionagem. Nos ficheiros é possível verificar uma mistura de registos de conversas, registos de empresas e amostras de dados que revelam a extensão das operações praticadas no país.
Entre os documentos partilhados encontra-se uma pasta com o nome "notas do secretariado dos Assuntos Europeus da Macedónia do Norte" e outra "Projeto de posição da União Europeia em relação à COP15, parte 2". Mas também o site privado da polícia de trânsito do Vietname que terá sido pedido por um governo local do sudoeste da China e osoftwareque ajudou a realizar campanhas de desinformação.
O Ministério da Segurança do Estado, o Exército de Libertação Popular e a polícia nacional da China foram algumas das identidades que encomendaram serviços à I-Soon.
A NATO já admitiu que "a aliança enfrenta ameaças cibernéticas persistentes e preparou-se para isso investindo em extensos mecanismos de defesa". Além disso, a aliança garante que "analisa todas as alegações de ameaças cibernéticas".
A I-Soon é conhecida por trabalhar com um outro grupo dehackerschineses, o Chengdu 404, que já foi indiciado pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos devido a ataques cibernéticos contra empresas em solo americano ou ativistas pró-democracia em Hong Kong. No entanto, parece que os dois grupos se envolveram numa disputa comercial, o que pode ter causado a fuga.
Os serviços oferecidos pela I-Sonn são bastante variados, por exemplo, o departamento de segurança pública de Shandong pagou mais de 50 mil euros para ter acesso às caixas de email de dez alvos durante um ano. A empresa já tinha garantido ser capaz dehackearcontas no X, obter informações pessoais através do Facebook, ter acesso a banco de dados ou comprometer serviços operacionais de gigantes como a Android.
Já no ano passado, a Comissão de Inteligência e Segurança do Reino Unido tinha desenvolvido um relatório sobre a China onde levantava questões sobre a finalidade dos dados recolhidos por Pequim: "A experiência cibernética da China permite-lhe atingir uma gama diversificada de organizações e conjuntos de dados".
Mao Ning, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, referiu numa conferência de imprensa, na quinta-feira, que não tinha conhecimento do sucedido: "Por uma questão de princípio a China opõe-se firmemente e reprime todas as formas de ciberataques, tal como está previsto na lei".
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