Partido de Marine Le Pen ganhou a votação com 33%, mas não ficou muito distante da coligação de esquerda que chegou aos 28%. Segunda volta do próximo domingo será decisiva para perceber quem vai formar governo. Até lá, fazem-se as contas das possíveis alianças.
O partido de extrema-direita União Nacional (RN), de Marine Le Pen, foi o vencedor da primeira volta das eleições legislativas antecipadas em França. Mas o resultado final, da segunda volta a 7 de julho, dependerá agora das alianças que se podem fazer ao centro e à esquerda.
REUTERS/Yves Herman
O RN conseguiu e os seus aliados conquistaram 33% dos votos, seguindo-se o bloco de esquerda com 28% e, em terceiro lugar, os centristas do presidente Emmanuel Macron, com apenas 20%, mostram os resultados oficiais divulgados esta segunda-feira.
A par da vitória da extrema-esquerda, estas eleições também deixaram clara a derrota do presidente que convocou estas eleições antecipadas depois do resultado desastroso das eleições europeias de 9 de junho.
Na segunda volta decidir-se-á se a extrema-direita tem votos suficientes para formar governo ou se os partidos da oposição conseguirão reunir consensos e os melhores candidatos para roubar a vitória ao partido Le Pen. Algo que estes parecem dispostos a fazer. Logo na noite de domingo, os líderes da Nova Frente Popular (de esquerda) e da aliança centrista de Macron anunciaram que iriam retirar os seus candidatos em círculos onde outros candidatos estavam melhor posicionados para derrotar a União Nacional.
Também do lado da União Nacional houve apelos aos Republicanos (de centro-direita), que conquistaram menos de 7% dos votos, para retirarem as suas candidaturas em distritos onde a extrema-direita sairia beneficiada. "Se sabem que não vão ganhar, apelo para que se retirem e deixem o lado nacionalista ganhar", apelou a deputada do RN Laure Lavalette na rádio RTL.
Por agora, os republicanos, que teve uma cisão antes destas eleições, com um pequeno número dos seus deputados a juntar-se ao RN, não deu qualquer indicação aos seus candidatos de como agir. Todos os candidatos que passaram à segunda volta têm até terça-feira para confirmar se participam ou não na segunda volta, no próximo domingo.
Há muito que a RN é visto como um pária em França, mas também como uma real ameaça em algumas circunstâncias. Já conseguiu chegar, por exemplo, à segunda volta das presidenciais, mas nunca tinha acabado uma primeira volta em primeiro lugar. Por isso, está agora, mais do que nunca, próximo do poder.
Marine Le Pen tem passado os últimos anos a limpar a imagem do partido, conhecido pelo racismo e antissemitismo. Uma tática que parece ter resultado e captado o voto de protesto contra Macron, o aumento do custo de vida e as preocupações com a imigração.
Porém, um governo liderado pela União Nacional coloca dúvidas desde logo pela sua posição na União Europeia, dada a sua resistência numa maior integração europeia. Os economistas também levantam dúvidas sobre os cálculos do seu plano de orçamento.
Já os mercados acordaram esta segunda-feira aliviados por a extrema-direita não se ter saído tão bem como o antecipado. O euro atingiu o máximo em duas semanas, durante a sessão asiática. "Penso que se trata de um ligeiro 'bem, não houve surpresas', pelo que houve uma sensação de alívio", disse, à agência Reuters, Fiona Cincotta, analista sénior de mercados do City Index.
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