O Supremo tribunal do Colorado votou na semana passada, que o antigo presidente era inelegível para concorrer novamente à Casa Branca.
A polícia do estado norte-americano do Colorado está a investigar juntamente com o FBI as ameaças dirigidas aos juízes do Supremo Tribunal do estado após a suadecisão de retirar Donald Trumpdos boletins de voto das primárias presidenciais.
REUTERS/Amr Alfiky
O tribunal votou na semana passada, que o antigo presidente era inelegível para concorrer novamente à Casa Branca, invocando uma cláusula raramente utilizada na Constituição dos Estados Unidos e o seu papel na rebelião de 6 de janeiro de 2021 no Capitólio.
O FBI confirmou que "está atualmente a investigar incidentes dirigidos aos juízes do Supremo Tribunal do Colorado" e indicou que continuará a trabalhar com os parceiros locais, estaduais e federais "na aplicação da lei para investigar minuciosamente quaisquer denúncias de ameaças ou assédio."
As autoridades americanas estão a monitorizar os fóruns online à procura de ameaças aos quatro juízes que votaram a favor de negar ao antigo presidente um lugar na votação, devido ao crescimento do pedido de informações pessoais dos juízes. "Iremos investigar vigorosamente qualquer ameaça ou uso de violência cometida por alguém que usa pontos de vista extremistas para justificar as suas acções, independentemente da motivação", afirmou Vikki Migoya, porta-voz do FBI.
Já sobre a decisão de retirar Trump dos boletins de voto das primárias presidenciais, o Supremo Tribunal do Colorado anulou uma decisão anterior de um juiz do tribunal distrital, que considerou que Trump incitou a uma insurreição pelo seu papel no dia 6 de janeiro, mas que não podia ser impedido de estar na votação porque não era claro que a cláusula de insurreição da Constituição dos Estados Unidos se destinava a abranger a presidência.
O Supremo tribunal não concordou, tendo apoiado os advogados de seis eleitores republicanos, que argumentaram que era absurdo imaginar que os autores da emenda os impedissem de ocupar cargos de baixo nível, mas não o cargo mais alto do país.
A cláusula de insurreição proíbe a candidatura ao Congresso, às forças armadas e a cargos federais e estaduais, qualquer pessoa que tenha prestado juramento para defender a Constituição, mas que depois se tenha envolvido em "insurreição ou rebelião" contra a mesma.
Alguns juristas afirmam que a cláusula pós-guerra civil se aplica ao antigo presidente devido ao seu papel na tentativa de anular a confirmação dos resultados das eleições presidenciais de 2020 e obstruir a transferência de poder para Joe Biden, tendo encorajado os seus apoiantes a invadir o Capitólio.
"Os perigos de Trump poder voltar a ocupar um cargo público são exatamente os previstos pelos autores da secção 3 [cláusula de insurreição]", disse o diretor jurídico da Free Speech for People, Ron Fein, ao The Guardian. "Eles sabiam que se um insurrecional que prestasse juramento fosse autorizado a voltar ao poder, faria o mesmo, se não pior", acrescentou.
O tribunal suspendeu a sua decisão até 4 de janeiro até que o Supremo Tribunal do país se pronuncie sobre o caso. As autoridades do Colorado dizem que a questão tem de ser resolvida até 5 de janeiro, pois é a data limite para o Estado imprimir os boletins de voto das primárias presidenciais.
Trump, que se tornou no primeiro candidato na história dos Estados Unidos a ser considerado inelegível para a Casa Branca, manifestou-se contra a decisão, tendo publicado na sua rede social - a Truth Social - nesta quarta-feira "que vergonha para o nosso país!!! Um dia triste para a América!!!."
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