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Estados Unidos e China vão retomar contactos telefónicos militares

Pequim suspendeu as conversações militares com Washington no final de 2022, em resposta a uma visita a Taiwan de Nancy Pelosi, então presidente da Câmara dos Representantes.

Os Estados Unidos e a China vão retomar as comunicações telefónicas militares "nos próximos meses", anunciou esta sexta-feira o secretário da Defesa norte-americano, Lloyd Austin, após conversações à margem de um fórum sobre segurança em Singapura.

Reuters

Austin reafirmou o anúncio feito pelos presidentes norte-americano e chinês em novembro de 2023, "de que os dois lados retomariam as conversas telefónicas ao nível de comando nos próximos meses", disse o Pentágono num comunicado.

Pequim suspendeu as conversações militares com Washington no final de 2022, em resposta a uma visita a Taiwan de Nancy Pelosi, então presidente da Câmara dos Representantes.

Austin também saudou planos de convocar um grupo de trabalho de comunicação de crise com a China até ao final do ano, segundo o comunicado do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, citado pela agência francesa AFP.

O secretário da Defesa reuniu-se durante uma hora com o homólogo chinês, Dong Jun, em Singapura, à margem do Diálogo de Shangri-La, um fórum de defesa que decorre até domingo.

Foi o primeiro encontro entre os dois responsáveis pela defesa dos Estados Unidos e da China desde novembro de 2022, e o primeiro entre ambos.

O porta-voz do Ministério da Defesa da China, Wu Qian, descreveu as conversações como "positivas, práticas e construtivas".

Wu alertou para o facto de não ser possível Pequim e Washington resolverem todas as questões bilaterais numa única reunião.

O Diálogo de Shangri-La, que reúne chefes da defesa de todo o mundo, tornou-se um barómetro das relações sino-americanas nos últimos anos, segundo a AFP.

O encontro realiza-se uma semana depois de grandes manobras militares da China, durante as quais navios de guerra e caças chineses cercaram Taiwan, cuja soberania é reivindicada por Pequim.

A ilha é apoiada militarmente pelos Estados Unidos, que se opõem a qualquer alteração do seu estatuto pela força, sem apelarem à independência de Taiwan.

As rivalidades no Mar do Sul da China, que é largamente reivindicado por Pequim, também deverão ser o pano de fundo do fórum.

Pequim vê com maus olhos o reforço dos laços de defesa de Washington na região Ásia-Pacífico, nomeadamente com as Filipinas, e o envio regular de navios de guerra e aviões de combate para o Estreito de Taiwan e para o Mar do Sul da China.

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