Empresa alemã nega oferta dos EUA para exclusivo de vacina para o novo coronavírus

Lusa 16 de março de 2020
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Diretor do laboratório alemão, na conta da empresa na rede social Twitter, desmentiu suposta oferta de Trump.

Uma empresa alemã que está a trabalhar numa potencial vacina para o novo coronavírus negou, esta segunda-feira, ter recebido uma oferta do governo dos EUA para reservar a sua descoberta para os norte-americanos.

Getty Images

No domingo, o jornal alemão Welt am Sonntag citava fontes não identificadas do Governo alemão que asseguravam que o dono da CureVac, uma empresa farmacêutica, tinha participado numa reunião com o presidente Donald Trump, no início do mês, tendo recebido uma generosa oferta para garantir o seu trabalho em exclusivo para os EUA.

O jornal dizia ainda que a chanceler alemã, Angela Merkel, estaria a disputar com a empresa a necessidade de a vacina, quando estiver pronta, ser igualmente utilizada na Europa, que é neste momento o principal foco da pandemia.

"Para que fique claro sobre o coronavírus: a CureVac não recebeu uma oferta do Governo dos Estados Unidos ou de entidades com ele relacionadas, antes, durante ou desde a reunião com a 'task-force' da Casa Branca, no dia 2 de março", escreveu hoje o diretor do laboratório alemão, na conta da empresa na rede social Twitter.

"O CureVac desmente todas as alegações da imprensa", acrescentou o laboratório, referindo-se às notícias divulgadas no domingo em vários meios de comunicação, com base na informação difundida pelo Welt am Sonntag.

O diretor de operações da CureVac, Hans Werner Haas, disse ao jornal Tagesspiegel que a sua empresa tinha realmente participado numa reunião com o Presidente Donald Trump, mas desmentiu a versão de uma qualquer oferta para a compra dos direitos do novo produto.

O embaixador dos EUA na Alemanha, Richard Grenell, também usou a rede social Twitter para desmentir a versão do jornal Welt am Sonntag.

Antes destas mensagens no Twitter, Helge Braun, chefe da casa civil da chanceler Angela Merkel, disse ao jornal diário Bild que as autoridades alemãs tiveram um "contacto muito intenso com a CureVac, nas duas últimas semanas", quando havia intenções de negociação com os Estados Unidos.

Helge Braun disse que a empresa obterá todo o apoio para desenvolver uma vacina o mais depressa possível.

"Deixámos claro que, se uma vacina for desenvolvida na Alemanha, é para a Alemanha e para o mundo", disse a chefe da casa civil da chanceler alemã, explicando que esse foi um argumento eficaz para convencer a CureVac a colaborar com as autoridades alemãs.

Beate Baron, porta-voz do Governo alemão, acrescentou que a posição do executivo é que as vacinas "devem estar disponíveis para todos, não pode haver ninguém com exclusividade".

O ministro do Interior alemão, Horst Seehofer, disse que tinha ouvido "repetidamente da boca de membros do Governo" que era verdadeira a versão do interesse do Governo norte-americano.

O ministro da Economia alemão, Peter Altmaier, disse que "a Alemanha não está à venda".

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