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Embaixador britânico em Lisboa considera que "todos perderiam" sem acordo para Brexit

31 de outubro de 2018 às 15:23
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Chris Sainty diz que "Europa ficaria mais pobre e menos segura e que se corria "o risco de criar uma divisão política e económica no continente que podia durar por uma geração".

UmBrexitsem acordo tornaria a Europa mais pobre e menos segura e constituiria um cenário em que todos perderiam, afirmou o embaixador do Reino Unido em Portugal, Chris Sainty.

"Num cenário sem acordo, todos perderiam. A Europa ficaria mais pobre e menos segura, corríamos o risco de criar uma divisão política e económica no continente que podia durar por uma geração", afirmou o embaixador, que participou na apresentação de um estudo da Confederação Empresarial de Portugal (CIP)sobre o impacto da saída do Reino Unido da União Europeia esta quarta-feira.

Sainty frisou que o cenário "sem acordo" não é desejado por nenhuma das partes nem é o resultado mais provável das negociações, mas que tanto o Governo britânico como os 27 devem, e estão, a preparar-se.

O embaixador, há cerca de três meses em Portugal, quis por outro lado responder a duas questões que lhe são colocadas com alguma frequência e que considera muito improváveis.

A primeira é o receio de que o Parlamento britânico rejeite um acordo que venha a ser alcançado com Bruxelas.

"É certo que há opiniões divergentes [...] Mas também que, nos últimos dois anos, a primeira-ministra [Theresa May] ganhou todas as votações significativas na Câmara dos Comuns. Acho difícil imaginar que o nosso parlamento possa rejeitar um bom acordo", disse.

A outra é quanto à possibilidade de um segundo referendo sobre o 'Brexit'.

Segundo o embaixador, "é verdade que há uma campanha vigorosa no Reino Unido" para um novo referendo, mas é difícil "imaginar as condições políticas nas quais tal votação seria possível entre hoje e a data de saída".

"Não é a posição do Governo nem a posição oficial do Partido Trabalhista [o principal partido da oposição] e eu receio que se passarmos muito tempo a especular sobre um segundo referendo hipotético, isso vá distrair-nos da prioridade chave, ou seja, concluir rapidamente nas negociações em Bruxelas", concluiu.

Salazar ainda vai ter de esperar

O regresso de Ventura ao modo agressivo não é um episódio. É pensado e planeado e é o trilho de sobrevivência e eventual crescimento numa travessia que pode ser mais longa do que o antecipado. E que o desejado. Por isso, vai invocar muitos salazares até lá.