O ex-presidente dos EUA declarou-se inocente em quatro casos criminais, incluindo dois que o acusam de tentar anular a sua derrota nas eleições de 2020, que podem levá-lo à prisão antes das eleições presidenciais em novembro.
Donald Trump voltou ao tribunal de Nova Iorque esta terça-feira após tervencido o caucus no Iowapara se defender das acusações de ter difamado a escritora e jornalista Elizabeth Jean Carroll, após a mesma o ter acusado de abuso sexual há décadas.
Dave Sanders/Pool via REUTERS
A escritora acusou o ex-presidente de a difamar em 2019, quando negou que ele a tenha atacado num camarim da loja Bergdorf Goodman em Manhattan, Nova Iorque. Elizabeth Carroll está a pedir uma indemnização de 10 milhões de dólares (cerca de 9 milhões de euros).
O juiz distrital de Nova Iorque, Lewis Kaplan disse que "o facto de o Sr. Trump ter abusado a Sra. Carroll foi conclusivamente estabelecido", impedindo assim os advogados de Trump de argumentarem esta semana que o mesmo não cometeu o crime.
Antes do início do julgamento, o juiz sublinhou que este julgamento se limita à questão dos danos sofridos como resultado das declarações de Trump feitas em junho de 2019. "Essas declarações já foram determinadas como falsas, difamatórias e feitas com malícia real constitucional."
Na segunda-feira, Donald Trump declarou-se inocente em quatro casos criminais, incluindo dois que o acusam de tentar anular a sua derrota nas eleições de 2020, que podem levá-lo à prisão antes das eleições presidenciais em novembro.
O republicano tem-se apresentado como vítima de perseguição política, tendo até dito a Lewis Kaplan que deveria encerrar o caso. "O juiz Kaplan deveria pôr imediatamente de lado todo este ataque corrupto de interferência eleitoral dirigido por Joe Biden contra mim", publicou nas suas redes sociais. "Ele deveria fazer isso pela América."
Este não é o primeiro julgamento por difamação à jornalista. Em maio do ano passado, o júri ordenou Trump a pagar a Jean Carroll 5 milhões de dólares (cerca de 4,5 milhões de euros) por a ter abusado sexualmente e a ter difamado em 2022, negando o ocorrido. O ex-presidente faltou a esse julgamento.
O juiz, que supervisionou ambos os casos, impediu Donald Trump de argumentar que ele não difamou ou abusou sexualmente a escritora. Em ambos os casos, o ex-presidente afirmou que não conhecia Elizabeth Jean Carroll, e que ela inventou as acusações para vender o seu livro de memórias.
Trump pode vir a enfrentar indemnizações adicionais significativas devido às decisões do juiz destacado para o caso. Estas incluem a proibição de Trump sugerir que não violou a jornalista, tal como a lei penal de Nova Iorque define o termo, porque o primeiro júri não considerou que Trump cometeu uma violação. Já Lewis Kaplan decidiu que, como Trump usou os dedos na agressão, a alegação de violação da escritora era "substancialmente verdadeira".
Trump também não pode discutir as provas de ADN ou as atividades sexuais de Elizabeth Jean Carroll, nem sugerir que os democratas estão a financiar o seu caso. Também, como no primeiro julgamento, os jurados podem ver o vídeo "Access Hollywood" de 2005, onde Trump descreveu graficamente a capacidade de pessoas famosas como ele de "terem relações sexuais com mulheres bonitas".
O ex-presidente não se retratou quando questionado sobre os seus comentários num depoimento em 2022. O juiz mencionou que o vídeo poderia oferecer "uma visão útil do estado de espírito do Sr. Trump" em relação à jornalista.
A advogada de Trump, Alina Habba, garantiu no domingo a Lewis Kaplan que Donald Trump estaria "bem ciente" das decisões do tribunal "e dos limites estritos impostos ao seu testemunho".
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