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Donald Trump assina ordem executiva para construção do muro

Donald Trump assinou esta quarta-feira um decreto sobre imigração que prevê a construção do muro na fronteira com o México

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, já assinou a ordem executiva sobre imigração e que prevê, tal como prometera ao longo da sua campanha eleitoral, a construção de um muro na fronteira com o México. Em entrevista à ABC News, o novo líder da Casa Branca garantiu que as obras deverão começar "dentro de meses". 

A proposta de Donald Trump visa travar a entrada de imigrantes ilegais no território americano.

BREAKING: Trump signs immigration actions to build border wall, says, `We've been talking about this right from the beginning' .

Na mesma entrevista ao canal americano ABC, Trump, que tomou posse no passado dia 20 de Janeiro, insistiu que "em última instância" o custo do muro será "reembolsado pelo México" e que o pagamento vai cobrir "100%" do custo do projecto de construção.

O presidente dos Estados Unidos confirmou que o governo federal irá adiantar o dinheiro necessário para iniciar a construção, valor que será posteriormente reembolsado pelos "vizinhos" mexicanos.

Segundo cálculos realizados pela comunicação social norte-americana durante a época eleitoral, a ideia de Trump poderá custar cerca de 10 milhões de dólares (9,4 milhões de euros). "Só digo que existirá um pagamento, que vai acontecer de alguma forma, talvez de uma forma complicada, o que estou a fazer é bom para os Estados Unidos, também vai ser bom para o México. Um México mais estável e mais sólido", prosseguiu o governante.

A 22 de Outubro, durante a campanha eleitoral das presidenciais norte-americanas, Donald Trump avisou que as autoridades mexicanas iriam ressarcir os Estados Unidos pelos custos envolvidos na construção do muro fronteiriço, que pretende travar a entrada de imigrantes ilegais no território americano. "Disse que o México pagaria o muro, no entendimento de que o país iria reembolsar os Estados Unidos pelo custo total desse muro", disse então o magnata do imobiliário. Antes, Trump tinha afirmado que seria o México a pagar directamente a construção do muro.

Em Agosto, em plena campanha eleitoral, o Presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, convidou os dois candidatos presidenciais norte-americanos, Donald Trump e a democrata Hillary Clinton, a visitarem o país.

Trump aceitou o convite e, nessa altura, garantiu que não discutiu com Peña Nieto qualquer questão sobre quem iria pagar o quê. "Não discutimos o pagamento do muro, isso fica para uma data mais à frente", garantiu então.

Peña Nieto, por sua vez, escreveu na mesma altura no Twitter: "No início da conversa com Donald Trump, deixei claro que o México não vai pagar pelo muro".

Questionado pela ABC a propósito da recusa mexicana em pagar a factura do muro, Trump respondeu que Peña Nieto não podia afirmar outra coisa. "Ele tem de dizer isso, tem de dizer isso", referiu o multimilionário nova-iorquino.

Na terça-feira à noite, Trump escreveu na sua conta pessoal na rede social Twitter que iria avançar esta quarta-feira com medidas importantes na área da segurança nacional, incluindo a construção do muro fronteiriço com o México.

Big day planned on NATIONAL SECURITY tomorrow. Among many other things, we will build the wall!

De acordo com a sua agenda, Trump irá assinar ordens executivas numa cerimónia nas instalações no Departamento de Segurança Interna, cujo novo responsável, o general aposentado John Kelly, foi confirmado pelo Senado (câmara alta do Congresso) na passada sexta-feira. A ordem executiva relativa ao muro fronteiriço visa atribuir fundos federais para a planificação e a construção do projecto.

O Congresso, actualmente controlado pelo Partido Republicano, terá de aprovar o orçamento necessário para a construção do muro.

Ajuizando

Naufrágio da civilização

"O afundamento deles não começou no Canal; começou quando deixaram as suas casas. Talvez até tenha começado no dia em que se lhes meteu na cabeça a ideia de que tudo seria melhor noutro lugar, quando começaram a querer supermercados e abonos de família".