Alemanha, Suécia e Países Baixos estão entre os países que apoiam o uso de recursos russos, mas a Bélgica tem apresentado reticências.
Os líderes da União Europeia estão a correr contra o tempo para garantir um acordo de financiamento para a Ucrânia apesar da Bélgica se continuar a opor a um empréstimo garantido por ativos russos congelados.
António Costa e Zelensky discutem financiamento para a Ucrânia na EuropaStephanie Lecocq, Pool Photo via AP
Numa reunião que está a decorrer em Bruxelas os líderes da União Europeia estão a discutir permitir o acesso a parte de 210 mil milhões de euros em ativos russos que estão congelados desde que a invasão em grande escala começou, a fevereiro de 2022.
Segundo o plano a UE forneceria a Kiev um empréstimo de 90 mil milhões de euros para ajudar a Ucrânia a combater a Rússia, numa altura em que a Rússia continua a conquistar terreno nos campos de batalha.
O primeiro-ministro da Polónia, Donald Tusk, considerou que os líderes europeus têm uma escolha simples: “Dinheiro hoje ou sangue amanhã”.
Zelensky também tornou público que espera que exista uma decisão sobre o financiamento até ao final deste ano, até porque várias previsões alertam que o país pode enfrentar a falência na próxima primavera. “Sei que a Rússia está a intimidar diversos países por causa desta decisão. Mas não devemos ter medo de ameaças, devemos ter medo da fraqueza da Europa”, considerou o presidente ucraniano.
Neste momento existem duas possibilidades para financiar a Ucrânia: ou é declarado um “empréstimo para reparações” garantido pelos ativos russos congelados ou um empréstimo conjunto da UE. É estimado que a Ucrânia precise de cerca de 136 mil milhões de euros, no entanto a Comissão Europeia propôs que a UE assuma um empréstimo de 90 mil milhões de euros e que os restantes aliados ocidentais – como o Reino Unido ou os Estados Unidos – cubram o restante valor.
A Alemanha, a Suécia e os Países Baixos estão entre os países que apoiam veementemente o uso de recursos russos, o chanceler alemão considerou até que o empréstimo para reparações é a única opção: “Basicamente, estamos diante da escolha entre usar dívida europeia ou recursos russos para a Ucrânia, e a minha opinião é clara: devemos usar os recursos russos”.
No entanto a Bélgica, onde se localizam a maior parte dos ativos russos, não acredita ter recebido garantias adequadas do restante da UE no caso de o plano não ter o final esperado: “Deem-me um paraquedas e todos pulamos juntos”, afirmou o primeiro-ministro belga, Bart De Wever.
Já esta quinta-feira um rascunho do texto que vai ser publicado no final da cimeira promete “total solidariedade” e partilha de riscos com os países e instituições financeiras no contexto do empréstimo para reparações.
Também esta quinta-feira, o Banco Central da Rússia anunciou que quer indemnizações por parte dos bancos europeus “pelo bloqueio e uso ilegal dos seus ativos”.
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