Sábado – Pense por si

Derrota nas Europeias leva Emmanuel Macron dissolver o parlamento

Ana Bela Ferreira
Ana Bela Ferreira 09 de junho de 2024 às 20:49
As mais lidas

Presidente francês foi humilhado nas eleições, perdendo para o partido de extrema-direita de Marine Le Pen. Eleições legislativas marcadas para 30 de junho.

O presidente francês, Emmanuel Macron, dissolveu o parlamento e marcou eleições nacionais ainda para 30 de junho, depois de ter perdido, este domingo, as Europeias para Marine Le Pen. A líder da extrema-direita já elogiou a decisão de Macron.

REUTERS/Sarah Meyssonnier

"Estamos prontos para tomar o poder, se os franceses nos derem a sua confiança nas próximas eleições nacionais", afirmou a líder da Convergência Nacional (RN), num comício. Tendo como cabeça de lista, Jordan Bardella, o RB conseguiu cerca de 32% dos votos, mais do dobro dos 15% alcançados pelo partido de Emmanuel Macron, segundo as sondagens.

A primeira-volta será assim a 30 de junho e, se necessário, a segunda a 7 de julho.

Macron admitiu,numa mensagem em vídeo, que os resultados deste domingo são desastrosos para o seu governo e que, por isso, não poderia ignorá-los. "Este é o tempo essencial para a clarificação (...) Ouvi a vossa mensagem, as vossas preocupações e não as deixarei sem resposta."

Uma decisão que para a deputada dos verdes Sandrine Rousseau se trata de uma jogada política. "Emmanuel macron é um jogador de poker. Pudemos ver isso esta noite."

Já para o candidato a eurodeputado do Partido Socialista, Raphael Glucksmann, o que o presidente fez foi "ceder a Jordan Bardella". "Este é um jogo muito perigoso de se jogar com a democracia e as instituições. Estou estupefacto."

Em noite de eleições pela Europa, a decisão de Macron levou a reações além-fronteiras. Foi o caso do primeiro-ministro polaco, Donald Tusk: "Temos a França, onde o presidente Macron não teve escolha senão dissolver o parlamento por causa da dramática derrota eleitoral para a frente nacional... É uma lição para nós e uma razão para todos nós estarmos orgulhosos de que as coisas podem ser diferente na Polónia. Mas isto também põe mais responsabilidade pelo futuro da Europa nos nossos ombros".

Artigos Relacionados

As 10 lições de Zaluzhny (I)

O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.