Robert Hur, responsável pela investigação, considerou Joe Biden um "homem idoso simpático, bem-intencionado e com memória fraca".
Os democratas e a Casa Branca emitiram uma reação ao relatório do conselho especial que colocou a idade e a memória de Joe Biden em causa e no centro da campanha eleitoral dos Estados Unidos.
REUTERS/Kevin Lamarque
O relatório do procurador especial Robert Hur relativamente ao caso dos documentos confidenciais encontrados na posse de Biden concluiu que o atual presidente dos Estados Unidos não vai enfrentar acusações criminais, mas deixou comentários nos quais caracterizou Joe Biden como um idoso com memória fraca, o que desencadeou uma forte reação por parte dos republicados que têm colocado a idade de Biden no centro da campanha eleitoral.
A Casa Branca deu uma conferência de imprensa na sexta-feira onde vários funcionários da administração Biden defenderam o presidente e relembraram o historial legislativo do seu primeiro mandato. O porta-voz da casa Branca, Ian Sams, partilhou que discorda da descrição de Biden feita pelo procurador, especialmente no que toca à sua capacidade de recordar detalhes: "Discuto que as caracterizações sobre a memória no relatório sejam precisas, porque não são".
O porta-voz deixou ainda o aviso de que é possível que as transcrições das entrevistas realizadas sejam divulgadas de forma a esclarecer alguns dos comentários que mais estão a chocar os norte-americanos, entre elas a acusação de que Joe Biden não se conseguia lembrar dos anos em que foi vice-presidente ou da morte do seu filho Beau Biden.
A vice-presidente norte-americana, Kamala Harris, também condenou os comentários de Robert Hur considerando-os como "gratuitos, imprecisos e inapropriados" referindo ainda que o interrogatório ao presidente foi realizado no "intenso" rescaldo do ataque de 7 de outubro. "A forma como o comportamento do presidente foi caracterizado naquele relatório não poderia estar mais errada e claramente tem uma motivação política", considerou Kamala Harris.
Os democratas retorquiram ainda que Donald Trump enfrenta o mesmo tipo de problemas depois de terem sido confiscados centenas de documentos confidenciais na sua residência Mar-a-Lago, só que no caso de Trump está a decorrer um processo por obstruir a recuperação dos documentos. Donald Trump enfrenta ainda uma série de outras acusações judiciais relacionadas com os seus negócios ou com o seu papel no ataque ao Capitólio.
Quem é Robert Hur?
Em 2017 Robert Hur foi nomeado por Donald Trump para chefe federal em Maryland, cargo que deixou em 2021 com a troca de administração, durante mais de uma década trabalhou em casos que envolviam a segurança nacional e corrupção pública.
Desde então que tem atuado como advogado privado e sócio da Gibson, Dunn & Crutcher em Washington DC.
Na quinta-feira Hur publicou um relatório de 345 páginas no qual alegava que Biden tinha "retido e divulgado intencionalmente materiais confidenciais" pelo que não deveria enfrentar acusações por isso.
Ainda assim divulgou que as 173 entrevistas realizadas a 147 testemunhas demonstravam que Biden era um "homem idoso simpático, bem-intencionado e com memória fraca".
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos nomeia conselheiros especiais quando uma investigação apresenta potenciais conflitos de interesse. No ano passado o procurador-geral dos EUA, Merrick Garland, considerou que era "do interesse público" nomear um advogado especial para supervisionar a investigação.
Como conselheiro especial Hur tinha autoridade para processar quaisquer crimes identificados durante a investigação ou encaminhar quaisquer questões que lhe suscitassem dúvidas para os procuradores federais.
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