Os números oficiais foram divulgados pelas autoridades venezuelanas, que desde 1 de junho iniciaram uma flexibilização da quarentena que inicialmente consistia em cinco dias com flexibilidade e 10 de confinamento, mas que, entretanto, mudaram para "sete dias de trabalho, mais sete dias de quarentena rigorosa".
O número de casos confirmados e de mortos associados à covid-19 mais do que duplicou nos últimos quinze dias na Venezuela, passando os doentes infetados de 1.010 para 2.216 e as mortes de 10 para 22.
Segundo dados oficiais, a Venezuela registou, sábado, 177 casos confirmados, o número mais alto verificado durante a pandemia da covid-19, com as autoridades locais a alertarem que em Maracaibo, no estado venezuelano de Zúlia (a 700 quilómetros a oeste de Caracas), os testes revelaram a possível presença de um "coronavírus mais agressivo".
"[Em Zúlia] É um vírus com maior mortalidade que em outras partes do país", disse no sábado o ministro venezuelano de Comunicação e Informação, Jorge Rodríguez, à televisão estatal venezuelana.
Segundo Jorge Rodríguez, entre as "caraterísticas especiais" do coronavírus naquele estado está uma "maior velocidade de transmissão" e maior "capacidade para fazer danos e de apresentar sintomas nos pacientes".
Em 30 de maio, o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, tinha alertado para a possibilidade de que houvesse um "coronavírus distinto" na cidade de Maracaibo (Zúlia), onde vários mercados foram encerrados por tempo indeterminado pelas autoridades, entre eles o Mercado das Pultas, tido como o principal foco de transmissão comunitária.
"É um contagiante e muito agressivo o coronavírus que detetámos em Maracaibo", disse Nicolás Maduro à televisão estatal.
Os números oficiais foram divulgados pelas autoridades venezuelanas, que desde 1 de junho iniciaram uma flexibilização da quarentena que inicialmente consistia em cinco dias com flexibilidade e 10 de confinamento, mas que, entretanto, mudaram para "sete dias de trabalho, mais sete dias de quarentena rigorosa".
A flexibilização e a "quarenta rigorosa" tem lugar em momentos em que diariamente milhares de venezuelanos fazem longas filas nas estações de serviço de todo o país, tentando abastecer gasolina, combustível escasso no país.
Entretanto, a Venezuela decidiu restringir, a partir de segunda-feira, o fluxo de migrantes autorizados a regressar ao país desde a vizinha Colômbia.
A nova medida prevê que apenas às segundas, quartas e sextas-feiras seja permitida a entrada, por via terrestre, de até 300 pessoas pelas ponte Simón Bolívar e 100 pela José António Páez, infraestruturas que unem a Colômbia com os Estados venezuelanos de Táchira e Apure, respetivamente.
A Venezuela está desde 13 de março sob estado de alerta, o que permite ao executivo decretar "decisões drásticas" para combater a pandemia da covid-19.
Os voos nacionais e internacionais estão restringidos, com exceção dos humanitários, e a população está em quarentena e impedida de circular livremente entre os vários estados do país, desde 16 de março.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 400 mil mortos e infetou mais de 6,9 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo o balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 1.479 pessoas das 34.693 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde, divulgado no sábado.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano passou a ser o que tem mais casos confirmados, embora com menos mortes.
Covid-19: Casos confirmados e mortos mais do que duplicaram nos últimos 15 dias na Venezuela
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"O afundamento deles não começou no Canal; começou quando deixaram as suas casas. Talvez até tenha começado no dia em que se lhes meteu na cabeça a ideia de que tudo seria melhor noutro lugar, quando começaram a querer supermercados e abonos de família".