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Coronavírus: Austrália coloca retirados de Wuhan em ilha isolada

29 de janeiro de 2020 às 07:34
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Governo australiano vai retirar os seus cidadãos da cidade chinesa de Wuhan, epicentro do novo coronavírus, para uma ilha no Oceano Índico, onde ficarão em quarentena.

O Governo australiano anunciou hoje que vai retirar os seus cidadãos da cidade chinesa de Wuhan, epicentro do novo coronavírus, para a Ilha Christmas, no Oceano Índico, onde permanecerão em quarentena.

O primeiro-ministro da Austrália, Scott Morrison, anunciou em Camberra que o plano de repatriamento foi finalizado hoje, durante uma reunião do Comité de Segurança Nacional, que vai dar prioridade a crianças e idosos, embora não haja ainda permissão por parte das autoridades chinesas.

Segundo dados oficiais, existem cerca de 600 australianos radicados na província de Hubei, cuja capital é Wuhan, que foi colocada na semana passada sob uma quarentena de facto, com entradas e saídas interditas.

A retirada vai ser coordenada a partir do consulado australiano em Xangai. A companhia aérea Qantas Airways ofereceu-se para fretar um avião.

Os australianos serão colocados sob uma quarentena obrigatória de 14 dias num centro médico autorizado na Ilha Christmas, localizada a cerca de 2.360 quilómetros a noroeste de Perth, no estado da Austrália Ocidental, e tradicionalmente usada para manter requerentes de asilo e criminosos estrangeiros em processo de deportação.

A Nova Zelândia vai trabalhar em conjunto com a Austrália para repatriar os seus cidadãos.

A Austrália registou, até à data, cinco infeções pelo novo coronavírus e recomendou aos seus cidadãos que reconsiderem qualquer viagem à China.

Duas suspensas ligações marítimas entre Macau e Hong Kong

Duas das ligações marítimas entre Macau e Hong Kong vão ser suspensas e as restantes vão sofrer uma redução no número de viagens a partir desta quinta-feira para evitar a propagação do novo coronavírus chinês.

"Em resposta às medidas de prevenção e controlo da propagação do novo tipo de coronavírus aplicadas pelo Governo da Região Administrativa Especial de Hong Kong, a fim de reduzir o risco da propagação do vírus, o Hong Kong Marine Department vai suspender as ligações marítimas entre Kowloon e Tuen Mun em Hong Kong e o Porto Exterior de Macau e a Taipa, a partir da 00:00 do dia 30 de janeiro", pode ler-se no comunicado da Direção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água de Macau.

A mesma entidade informou que "as ligações marítimas entre Sheung Wan e o Aeroporto Internacional de Hong Kong e o Porto Exterior de Macau e Taipa continuam a funcionar, com redução do número de viagens, de acordo com as necessidades".

A medida foi tomada por tempo indefinido.

A mesma direção apelou "aos cidadãos e turistas para prestarem atenção às informações sobre o ajustamento das viagens marítimas", para "usarem máscaras nos terminais marítimos e durante as viagens", bem como para "prestarem atenção às recentes medidas antiepidémicas", aconselhando que cancelem "as viagens desnecessárias, tendo em conta a segurança e a redução do risco da propagação de doenças".

Todas as ligações ferroviárias entre Hong Kong e a China continental vão ser cortadas a partir de sexta-feira, anunciou na quarta-feira a chefe do Governo daquela região administrativa especial chinesa.

Embora as fronteiras não sejam totalmente fechadas, Carrie Lam adiantou que também o número de voos com partida do continente será reduzido.

No mesmo dia, o Governo de Macau anunciou o prolongamento por dois dias "dos feriados do ano novo chinês" para a função pública, de forma a "evitar a aglomeração de pessoas e diminuir a possibilidade de contágio".

No dia seguinte a ter sido registado no território o sétimo caso importado de infeção com o novo coronavírus (2019-nCoV), a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura indicou que as creches públicas vão suspender o serviço a partir de hoje, remetendo o anúncio da reabertura para data posterior.

Ao Ieong U acrescentou que o reinício das aulas vai também ser adiado "mais uma vez", mas a nova data será anunciada "no início de fevereiro".

A secretária apelou às entidades privadas, empresas e creches, para seguirem "as medidas preventivas decretadas pelo Governo" local.

No domingo, o Governo de Macau tinha imposto a obrigatoriedade de apresentação de uma declaração médica para qualquer residente da província de Hubei, para comprovar que a pessoa não está infetada e para isso deve ter passado 14 dias em isolamento e sob acompanhamento médico, em estabelecimentos oficiais.

O número de infeções pelo novo coronavírus na China excedeu o da epidemia da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS) no país entre 2002 e 2003, que matou 774 pessoas em todo o mundo, segundo dados oficiais hoje divulgados.

As autoridades de saúde chinesas anunciaram 5.974 casos confirmados de contaminação na China continental, mais 1.400 em relação a terça-feira, e elevaram o número de mortes para 132.

O vírus da SARS tinha infetado 5.327 pessoas no país e causado a morte a 774 pessoas em todo o mundo, dos quais 648 na China, incluindo Hong Kong.

Além do território continental da China, de França e Alemanha, também foram reportados casos de infeção em Macau, Hong Kong, Taiwan, Tailândia, Japão, Coreia do Sul, Estados Unidos, Singapura, Vietname, Nepal, Malásia, Austrália e Canadá.

O novo coronavírus provocou a morte a mais 25 pessoas na província de Hubei, na China, aumentando para 132 o número de mortos no país devido ao surto que começou na cidade de Wuhan.

Vários países já começaram o repatriamento de cidadãos de Wuhan, cidade que foi colocada sob quarentena, na semana passada, com saídas e entradas interditadas pelas autoridades durante um período indefinido, situação que afeta 56 milhões de pessoas.

As autoridades chinesas admitiram que a capacidade de propagação do vírus se reforçou.

As pessoas infetadas podem transmitir a doença durante o período de incubação, que demora entre um dia e duas semanas, sem que o vírus seja detetado.

Os sintomas associados à infeção são mais intensos do que uma gripe e incluem febre, dor, mal-estar geral e dificuldades respiratórias.

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