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COP30: UE garante acordo sobre metas para 2040 após várias concessões

O acordo permitirá à UE atualizar os seus planos climáticos em preparação para a próxima conferência climática COP30, organizada pelas Nações Unidas em Belém, no Brasil.

Os países da União Europeia (UE) chegaram esta quarta-feira a um acordo político para reduzir as emissões de CO2 em 90% até 2040, em relação a 1990, embora diluindo os objetivos com medidas que concedem maior flexibilidade aos estados-membros.

COP30 no Brasil debate ações climáticas concretas para cumprir os compromissos
COP30 no Brasil debate ações climáticas concretas para cumprir os compromissos AP Photo/Eraldo Peres

O acordo foi alcançado por maioria qualificada após quase 24 horas de negociações, com a Eslováquia, a Hungria e a Polónia a votarem contra, de acordo com as posições expressas hoje na sessão pública do Conselho Europeu do Ambiente.

O acordo político permitirá também à UE atualizar os seus planos climáticos em preparação para a próxima conferência climática COP30, organizada pelas Nações Unidas em Belém, no Brasil.

A UE, que já deveria ter apresentado os seus planos climáticos atualizados à ONU 10 anos após o Acordo de Paris de 2015, compromete-se a reduzir as emissões de CO2 (dióxido de carbono) entre 66,25% e 72,5% até 2035, em comparação com os níveis de 1990 (um intervalo que, no limite superior, corresponde a 90% até 2040).

Em julho, a Comissão Europeia incluiu na sua proposta a possibilidade de utilizar uma contribuição limitada de 3% para créditos de carbono internacionais de alta qualidade a partir de 2036. Na prática, isto permitiria aos países comprar esses créditos a países terceiros, investindo em projetos sustentáveis.

Contudo, esta flexibilidade foi considerada insuficiente por países como Itália, Polónia e França, que pressionaram para um aumento desta percentagem durante as negociações, embora outros parceiros, como a Espanha, não tenham recebido bem qualquer flexibilização das regras.

O acordo, que exigia uma maioria qualificada dos Estados-membros, foi alcançado após conceder aos países mais relutantes uma margem de até 5% para empréstimos internacionais e uma fase de transição que permitirá aos governos recorrer a essa facilidade já em 2031.

A reunião extraordinária de ministros começou em Bruxelas na manhã de segunda-feira e as negociações continuaram durante grande parte da noite para salvar o acordo, poucas horas antes do início da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) em Belém, Brasil, da qual a UE queria evitar participar sem um consenso sobre as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC, na sigla em inglês) exigidas pelo Acordo de Paris.

O texto final ainda precisará de ser negociado com o Parlamento Europeu, idealmente antes do final do ano.

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