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Coordenador do MNE para o Brexit: "Situação está muito em aberto"

17 de janeiro de 2019 às 17:39
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João Vallera considera que o país deve estar preparado para "todos os cenários possíveis", incluindo a saída do Reino Unido da União Europeia sem acordo.

O coordenador do Ministério dos Negócios Estrangeiros para o 'Brexit', João Vallera, considerou hoje que o país deve estar preparado para "todos os cenários possíveis", incluindo a saída do Reino Unido da União Europeia sem acordo.

"A verdade é que a situação está muito em aberto e, por isso mesmo, devemos estar preparados para todos os cenários possíveis, incluindo o cenário da saída sem acordo", afirmou hoje João Vallera, em Viana do Castelo.

Para João Vallera, após o chumbo pelo Parlamento britânico do acordo de saída negociado entre Londres e Bruxelas há várias possibilidades em cima da mesa.

O coordenador apontou como possibilidades a realização de novas eleições, a renegociação do acordo de saída, a realização de um segundo referendo ou até a possibilidade de "o Reino Unido vir a optar por um modelo de Brexit diferente, mais suave, mais próximo de uma Noruega".

Quanto a uma renegociação do acordo, Vallera disse que "é possível que alguma coisa saia nesse sentido nos próximos dias".

Já a realização de um segundo referendo "pode vir a contemplar duas ou mais opções, incluindo ou não a possibilidade de reversão do processo", afirmou.

Quanto a uma eventual saída sem acordo, o embaixador classificou-a como sendo "um cenário péssimo que poderá ainda acontecer".

"A saída, mesmo com acordo, exige preparação e isso está a ser feito, e a saída sem acordo exige medidas de contingência que estão a ser tomadas, preparadas a nível europeu e a nível nacional. E é nesse sentido que o Governo tem tomado medidas nessa matéria", disse.

O coordenador falava no seminário "Brexit -- Oportunidades e Desafios para as PME", que decorreu hoje na biblioteca municipal de Viana do Castelo.

O seminário foi promovido pela Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), em colaboração com a CIP -- Confederação Empresarial de Portugal e com o apoio da Associação Empresarial de Viana do Castelo (AEVC).

O Parlamento britânico reprovou na terça-feira de forma expressiva o acordo de saída do Reino Unido da União Europeia negociado pelo Governo da primeira-ministra, Theresa May, com Bruxelas, com 432 votos contra e 202 a favor.

Dos 230 votos contra, 118 foram de deputados do próprio partido Conservador da primeira-ministra.

O primeiro-ministro português anunciou hoje o reforço do apoio consular aos portugueses no Reino Unido e a criação de uma linha de 50 milhões de euros para as empresas portuguesas, caso não haja acordo para o 'Brexit'.

Em conferência de imprensa no final da reunião do Conselho de Ministros, que aprovou hoje as medidas, António Costa disse esperar que não seja necessário acionar o "plano de contingência", explicando que o país tem de se preparar, contudo, para o "pior dos cenários".

"Este é um plano na previsão do pior cenário que é não haver acordo" até 29 de março, mas "obviamente há medidas preparatórias que tem de começar" a ser acionadas, justificou.

As 10 lições de Zaluzhny (I)

O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.