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Cinco mortos e mais de 90 feridos em ataque iraniano a Israel

O Irão disparou várias vagas de drones e mísseis nas últimas 24 horas, enquanto Israel atingiu Teerão, matando o chefe dos serviços de informações.

O ataque de mísseis iraniano que atingiu o centro de Jerusalém durante a madrugada desta segunda-feira provocou pelo menos cinco mortos e mais de 90 feridos, segundo os serviços de emergência israelitas citados pelo The Times of Israel.

EPA/ABIR SULTAN

Quatro das vítimas mortais foram encontradas nas buscas pelos escombros de um prédio habitacional em Petah Tikva, que foi atingido pelo ataque, e um homem morreu em Bnei Brak, numa zona residencial.

Os serviços de emergência apontam para 92 feridos, a maioria leves. As buscas prosseguem em dois dos quatro locais afetados. As equipas de resgate estão a tentar retirar três pessoas que ficaram presas num prédio atingido por um míssil, em Haifa.

"Há pouco tempo, o exército identificou mísseis lançados do Irão em direção ao território do Estado de Israel" e "os sistemas de defesa estão ativados para intercetar a ameaça", declarou o exército em comunicado emitido durante a madrugada, instando a população "a dirigir-se para uma zona protegida e aí permanecer até nova ordem".

As hostilidades abertas entre Israel e o Irão entram esta segunda-feira no quarto dia sem sinais de abrandamento, alimentando o receio de uma guerra mais vasta na região rica em petróleo. A embaixada dos Estados Unidos em Tel Aviv sofreu "pequenos danos" por mísseis lançados esta noite, que atingiram as proximidades do edifício, segundo o embaixador norte-americano em Israel, Mike Huckabee.

O Irão disparou várias vagas de drones e mísseis nas últimas 24 horas, enquanto Israel atingiu a capital da República Islâmica, Teerão, matando mais um importante oficial militar, o chefe dos serviços de informações.

Desde sexta-feira, 224 pessoas foram mortas no Irão, de acordo com o governo do país, que afirmou que os civis constituem a maioria das vítimas. Os ataques iranianos causaram a morte de 14 pessoas e cerca de 400 feridos, segundo os serviços de emergência israelitas.

As tensões entre os dois países explodiram em conflito direto na sexta-feira, quando Israel lançou ataques de surpresa contra instalações militares e nucleares iranianas. Desde então, a guerra tem-se pautado pela superioridade aérea israelita e expôs as limitações de uma capacidade de resposta eficaz de Teerão.

As forças apoiadas pelo Irão na região têm igualmente sido largamente dissuadidas pela ação israelita.

O conflito aberto surgiu quando Irão e Estados Unidos estavam há semanas a negociar um acordo sobre o programa nuclear iraniano.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmo no domingo que o Irão e Israel "devem chegar a um acordo e vão chegar a um acordo". "Teremos PAZ, em breve, entre Israel e o Irão!", afirmou na sua rede social Truth Social. "Muitos telefonemas e reuniões estão a ter lugar", acrescentou.

Em seguida, Trump disse, em comentários à comunicação social, que "mas às vezes eles têm que lutar".

Jerusalém, segundo o chefe do Governo israelita, está envolvida numa "campanha existencial", na expressão de Benjamin Netanyahu ao visitar o local de um ataque com mísseis na cidade costeira de Bat Yam, também no domingo.

"O Irão vai pagar um preço muito elevado por assassinar deliberadamente os nossos cidadãos, mulheres e crianças", ameaçou.

A troca de acusações pesou nos mercados financeiros, com as ações da Arábia Saudita, do Egito e do Qatar a caírem no domingo. A libra egípcia enfraqueceu cerca de 1,8%, para mais de 50 por dólar no comércio local. As ações das empresas israelitas subiram, lideradas pela empresa de defesa Elbit Systems Ltd.

A cautela dos investidores noutros locais também foi visível no reinício das negociações esta manhã na Ásia, embora a magnitude dos movimentos fora do setor da energia tenha permanecido relativamente contida.

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