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Chamada para oração muçulmana será permitida em Nova Iorque

Lusa 30 de agosto de 2023 às 08:30
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Anteriormente tinha de ser pedida uma autorização especial.

A chamada para a oração muçulmana irá soar mais livremente em Nova Iorque, de acordo com as novas regras divulgadas esta terça-feira pelo presidente da Câmara, Eric Adams, que pretende promover um espírito de inclusão.

REUTERS/Amr Alfiky

Segundo as novas regras, as mesquitas não precisarão de uma autorização especial para transmitir publicamente a chamada islâmica à oração, ou "azan", às sextas-feiras e ao pôr-do-sol durante o mês sagrado do Ramadão.

Sexta-feira é o dia sagrado islâmico tradicional, e os muçulmanos quebram o jejum ao pôr-do-sol, durante o Ramadão.

O gabinete de assuntos comunitários do departamento de polícia trabalhará com as mesquitas para comunicar as novas diretrizes e garantir que os dispositivos utilizados para transmitir o "azan" estão configurados para níveis de decibéis apropriados, frisou Adams.

"Durante muito tempo, houve um sentimento de que as nossas comunidades não tinham permissão para amplificar os seus apelos à oração", sublinhou o presidente do município de Nova Iorque.

"Hoje, estamos a reduzir a burocracia e a dizer claramente que as mesquitas e locais de culto são livres de divulgar o seu apelo à oração às sextas-feiras e durante o Ramadão, sem necessidade de autorização", acrescentou, citado pela agência Associated Press (AP).

Ladeado por líderes muçulmanos, Adams salientou também, em conferência de imprensa na Câmara Municipal, que os nova-iorquinos muçulmanos "não viverão nas sombras do sonho americano" enquanto liderar Nova Iorque.

O "azan" é um som familiar nos países de maioria muçulmana, mas é ouvido com menos frequência nos Estados Unidos.

As autoridades em Minneapolis foram notícia no ano passado quando decidiram permitir que as mesquitas transmitissem o "azan" publicamente.

Somaia Ferozi, diretora da Ideal Islamic School, em Queens, referiu que as novas regras da cidade de Nova Iorque enviam uma mensagem positiva aos seus alunos.

"Os nossos filhos lembram-se de quem são quando ouvem o azan. Ter esse som num bairro de Nova Iorque fará com que se sintam parte de uma comunidade que os reconhece", destacou Ferozi, que também participou na conferência de imprensa.

Adams, um democrata, mantém relações estreitas com líderes religiosos de várias tradições e tem promovido o papel da religião na vida pública. Por vezes causa alarme entre os ateístas, ao referir que não acredita na separação entre Igreja e Estado.

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