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Os disparos de gás lacrimogéneo e de balas reais geraram o pânico entre os integrantes e acompanhantes da caravana que dispersaram em grande ritmo.
Eram cerca das 13h00 horas locais (11h00 em Lisboa) de hoje, quando, ao passar pelo bairro do Hulene, nos arredores de Maputo, a caravana onde seguia Venâncio Mondlane, o candidato presidencial derrotado nas eleições de Outubro em Moçambique mas que reclama vitória e tem arrastado milhares de pessoas sempre que sai à rua, foi alvo de um atentado alegadamente perpetrado por agentes da Unidade de Intervenção Rápida (UIR), afetos à Polícia da República de Moçambique (PRM).
Os disparos de gás lacrimogéneo e de balas reais geraram o pânico entre os integrantes e acompanhantes da caravana que dispersaram em grande ritmo. De acordo com várias fontes, entra as quais a ONG Decide, que tem vindo a monitorar o processo eleitoral, no incidente foram baleadas 16 pessoas, entre elas, duas crianças e um operador de som de Venâncio Mondlane, que apresentava, em vários vídeos divulgados nas redes sociais, o rosto coberto de sangue.
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Cerca de três horas após o atentado, o ‘Gabinete do Presidente Eleito pelo Povo’, afeto a Venâncio Mondlane, emitiu um comunicado afirmando que "o estado clínico de Venâncio Mondlane é desconhecido e o seu paradeiro preocupa toda a sua equipa." E acrescenta: "Com o início dos disparos a caravana desmembrou-se sendo que não se conhece o paradeiro de Venâncio Mondlane nem o seu estado de saúde. A equipa continua, sem sucesso, a tentar entrar em contacto com o Presidente do Povo."
Pouco depois do atentado contra a comitiva de Venâncio Mondlane, a população, em protesto, bloqueou várias artérias da cidade, entre elas a vital Julius Nyerere, erguendo barricadas e queimando pneus.
Entretanto, o Ministério dos Negócios Estrangeiros português, na sua página da rede social Facebook, condenou "o inaceitável ataque à caravana de Venâncio Mondlane, cuja segurança tem de ser garantida", lê-se na nota, apresentando condolências às famílias enlutadas e uma pronta recuperação aos feridos." No final, a declaração apela "à contenção da violência e ao respeito pelos direitos fundamentais."
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Refira-se que esta tarde, em Maputo, foi assinado, pelo Presidente da República, Daniel Chapo, e pelos representantes dos partidos políticos com assento na Assembleia da República e com assento nas Assembleias Provinciais, um acordo denominado "Compromisso Político para um Diálogo Inclusivo" com vista a ultrapassar a crise política no país que já provocou mais de 300 mortos desde 21 de outubro.
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O descontentamento que se vive dentro da Polícia de Segurança Pública resulta de décadas de acumulação de fragilidades estruturais: salários de entrada pouco acima do mínimo nacional, suplementos que não refletem o risco real da função, instalações degradadas e falta de meios operacionais.