Há duas semanas, Donald Trump Jr. fez uma viagem à Gronelândia depois de o presidente eleito dos EUA ter dito que queria comprar o território autónomo dinamarquês, publicando uma fotografia com supostos apoiantes.
O grupo de gronelandeses que apareceram na fotografia de Donald Trump Jr. sorridentes e a mostrar os seus bonés MAGA (Make America Great Again, o slogan do presidente eleito dos EUA) não eram de facto apoiantes, mas sim pessoas que a sua equipa encontrou nas ruas de Nuuk, a capital da ilha.
Donald Trump Jr.Donald Trump Jr./Truth Social
Na publicação de Donald Trump Jr. na Truth Social, vê-se o filho do presidente eleito a segurar uma bandeira dos Estados Unidos, rodeado de habitantes locais. A descrição, "A Gronelândia adora a América e Trump!!! Pessoas incríveis com uma recessão igualmente fantástica", dá a entender que os habitantes da ilha apoiam os comentários do próximo presidente norte-americano.
Vários meios de comunicação, incluindo o The Guardian e o Politico, noticiaram que o almoço foi encenado, criado para demonstrar ao público que tem criticado os comentários de Trump, quando disse que queria adquirir a ilha, que o povo da Gronelândia queria fazer parte dos Estados Unidos.
Durante a visita à ilha, Trump Jr. foi almoçar ao Hotel Hans Egede com um grupo de pessoas a usarem bonés MAGA, mas segundo noticiou o The Guardian, o diretor executivo do hotel, Jørgen Bay-Kastrup, disse que muitos dos convidados não eram apoiantes de Trump, mas sim pessoas que a sua equipa tinha encontrado na rua, e que só mais tarde perceberam quem Trump Jr. era.
Ao Politico, uma deputada do maior partido da Gronelândia, Pipaluk Lynge, afirmou que a visita tinha sido encenada. "Nenhum jornalista foi autorizado a entrevistá-lo, foi tudo encenado para fazer parecer que nós, o povo groenlandês, éramos MAGA e gostaríamos de fazer parte dos EUA", argumentou. Segundo Lynge, a visita não foi assim tão bem vista como Donald Trump Jr. quis demonstrar, já que "as pessoas estavam curiosas, mas algumas tiraram fotos a mostrar-lhe o dedo do meio no aeroporto, outros escreveram no facebook ‘yankee volta para casa’".
Os meios de comunicação locais relataram que a equipa de Donald Trump Jr, tinha andado a distribuir bonés a residentes no dia da visita. Até o canal televisivo norte-americano Fox News fez uma visita para determinar o que os habitantes acharam dos comentários do presidente eleito e acabou por perceber que a maioria não apoiava os comentários do presidente eleito e achavam-nos "ofensivos". Um habitante admitiu que não entendia o porquê de ele querer comprar a ilha - "não entendo qual é o objetivo dele" -, outro disse que preferia "ficar com o governo dinamarquês [país que integram como território autónomo)".
A Gronelândia, que é rica em minerais raros e petróleo, há muito que lida com os interesses das grandes potências como a China, a Rússia e os Estados Unidos, que têm planos para expandir a sua influência no Ártico. Sendo que Trump foi o primeiro governante estrangeiro a admitir publicamente que quer controlar politicamente a ilha. O que motivou a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, a classificar a proposta de "absurda", reiterando que "há muito apoio por parte do povo da Gronelândia de que esta não está à venda e não estará tão rapidamente".
O primeiro-ministro da Gronelândia, Múte Egede, partilhou a mesma mensagem e sublinhou os desejos de independência: "Deixem-me repetir, a Gronelândia pertence ao povo da Gronelândia. O nosso futuro e luta pela independência é uma questão nossa".
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