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A "caça" aos imigrantes em Torre Pacheco

Alexandre R. Malhado
Alexandre R. Malhado 22 de julho de 2025 às 23:00

Um crime violento contra um idoso foi o rastilho para grupos extremistas apelarem a agressões contra imigrantes. “O Vox alimentou o conflito em Torre Pacheco com a sua retórica”, considera Miguel González, do El País, à SÁBADO.

Dia 16 de julho em Torre Pacheco, região de Múrcia, sul de Espanha. Há já alguns dias que se apelava nas redes sociais à insurgência contra imigrantes magrebinos, em revolta pela agressão violenta contra Domingo Tomás Martinez, de 68 anos, cuja foto cheio de escoriações e um olho coagulado começou a circular. Naquele dia, sob o mote "só o povo salva o povo", mais de cem pessoas juntaram-se na Plaza de la Glorieta numa denominada "caça ao imigrante", como apelidou a convocatória inorgânica que circulara nas redes sociais. O apelo nativista estava feito: o crime de um é generalizado contra uma minoria inteira. Entre pessoas de tronco nu e encapuçados, ora com máscaras de caveiras, ora meras camisolas no rosto, alguns paus e bastões a deambular pela calle em postura intimidante, uma "mixórdia" de pessoas entrou em confrontos contra jovens imigrantes, forçando à intervenção de mais de 75 polícias, segundo números avançados pela autarquia, que se viram forçados a usar a força, recorrendo a balas de borracha.

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