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Ucrânia: Trump sugere a Kiev “jogar ao ataque” na guerra contra Rússia

21 de agosto de 2025 às 20:18

O Presidente dos Estados Unidos sublinhou que o seu antecessor, o “corrupto e incompetente” Joe Biden, “não permitiu que a Ucrânia respondesse” aos ataques russos.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, sugeriu esta quinta-feira que a Ucrânia deve “jogar ao ataque” para ter alguma hipótese de vencer a Rússia, em contraste com a posição diplomática anteriormente defendida, fundamentada num encontro entre os líderes ucraniano e russo.
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“É muito difícil, se não impossível, ganhar uma guerra sem atacar um país invasor”, declarou Trump, que na sua rede social, Truth Social, comparou o contexto militar da Ucrânia a “uma grande equipa que tem uma defesa fantástica, mas que não é autorizada a jogar ao ataque”. “Não tem hipótese de ganhar!”, sentenciou. O Presidente dos Estados Unidos sublinhou que o seu antecessor, o “corrupto e incompetente” Joe Biden, “não permitiu que a Ucrânia respondesse” aos ataques russos e insistiu na tese de que, se ele estivesse na Casa Branca, “esta guerra nunca teria acontecido”. Argumentando que tal representaria uma escalada do conflito, durante quase três anos o Governo Biden não permitiu a venda a Kiev de sistemas de maior alcance, que lhe permitissem atacar alvos dentro do território russo, decisão que alterou no final de 2024, ao permitir o fornecimento à Ucrânia de mísseis táticos ATACMS. Desde julho deste ano, o Governo Trump aprovou a venda de armas consideradas ofensivas a países membros da NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental) para que as transferissem para a Ucrânia. O magnata nova-iorquino vaticinou ainda que se avizinham “tempos interessantes”, embora não tenha feito qualquer referência às últimas reuniões que manteve com os homólogos russo, Vladimir Putin, e ucraniano, Volodymyr Zelensky, nem aos supostos esforços em curso para concretizar uma reunião a três. A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e “desnazificar” o país vizinho, independente desde 1991 - após o desmoronamento da União Soviética - e que tem vindo a afastar-se da esfera de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente. A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia a cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado, em ofensivas com ‘drones’ (aeronaves não-tripuladas), alvos militares em território russo e na península da Crimeia, ilegalmente anexada por Moscovo em 2014. No plano diplomático, após um longo impasse nas conversações entre Moscovo e Kiev, realizou-se a 15 de agosto uma cimeira no Alasca entre Trump e Putin sobre a guerra na Ucrânia, com a possibilidade de um cessar-fogo como a principal questão em debate, mas não foram alcançados quaisquer resultados. Na segunda-feira, Trump recebeu na Casa Branca o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e uma comitiva de alto nível com vários líderes europeus. A Rússia rejeitou até agora qualquer cessar-fogo prolongado e exige, para pôr fim ao conflito, que a Ucrânia lhe ceda quatro regiões – Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia - além da península da Crimeia anexada em 2014, e renuncie para sempre a aderir à NATO. Estas condições são consideradas inaceitáveis pela Ucrânia, que, juntamente com os aliados europeus, tem exigido um cessar-fogo incondicional de 30 dias antes de entabular negociações de paz com Moscovo. Por seu lado, a Rússia considera que aceitar tal oferta permitiria às forças ucranianas, em dificuldades na frente de batalha, rearmar-se, graças aos abastecimentos militares ocidentais.
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