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Rússia descarta para já negociações diretas com Kiev e europeus

Lusa 21 de dezembro de 2025 às 14:19

A Rússia considera que as alterações que os europeus pretendem introduzir no plano de paz de Trump que não contribuem para o sucesso das negociações.

A Rússia descartou este domingo, por enquanto, a possibilidade de iniciar um novo formato de conversações de paz para a Ucrânia que inclua negociações diretas com Kiev e representantes europeus.
Impacto da guerra: civis e militares entre destroços na Ucrânia AP Photo/Kateryna Klochko
“Ninguém falou seriamente sobre esta iniciativa ainda e, tanto quanto sei, não se está a trabalhar nisso”, disse o conselheiro diplomático do Kremlin (presidência), Yuri Ushakov, citado pelas agências noticiosas russas Interfax e TASS. Ushakov comentava as afirmações do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que disse no sábado que Washington propôs a realização de negociações de paz conjuntas com representantes da Ucrânia e da Rússia e, possivelmente, de países europeus. Para reforçar a ideia, Ushakov disse que o negociador russo Kirill Dmitriev, que se encontra nos Estados Unidos, irá falar apenas com os norte-americanos. “Irá falar com os nossos parceiros, com quem nos reunimos repetidamente, os nossos parceiros norte-americanos. Não sei se há ucranianos lá”, afirmou, segundo as agências espanholas Europa Press e EFE. Ushakov disse que Dmitriev irá informar Moscovo sobre as consultas mantidas na cidade norte-americana de Miami com os representantes da Casa Branca (presidência), Steve Witkoff e Jared Kushner. Dmitriev “regressará a Moscovo, apresentará o seu relatório e discutiremos o que fazer a seguir”, acrescentou, também citado pela agência de notícias France-Presse (AFP). Uma mesa redonda com todas as partes seria a primeira em seis meses, mas Zelensky mostrou-se cético quanto aos possíveis resultados. “Não tenho certeza de que algo novo surgirá”, disse Zelensky aos jornalistas no sábado, já que reuniões anteriores na Turquia no verão resultaram apenas em trocas de prisioneiros. Antes de se reunirem com Dmitriev, os representantes do Presidente Donald Trump falaram na sexta-feira, também em Miami, com o principal negociador ucraniano, Rustem Umerov, e com representantes da Alemanha, França e Reino Unido. Quanto às alterações que os europeus pretendem introduzir no plano de paz de Trump, Ushakov considerou que não contribuem para o sucesso das negociações. “Isto não é uma previsão. Tenho a certeza de que as propostas que os europeus e os ucranianos fizeram ou estão a tentar fazer certamente não melhoram o documento nem aumentam a possibilidade de alcançar uma paz duradoura”, afirmou. Moscovo apoiou o plano inicial de Trump por acomodar as suas principais exigências, incluindo a cedência de territórios por Kiev, a recusa da adesão à NATO e da presença de uma força internacional, e a redução dos efetivos militares ucranianos. O plano foi entretanto alterado após conversações com os ucranianos e europeus, desconhecendo-se os termos atuais. Dmitriev afirmou no sábado que as negociações em Miami estavam a ser construtivas e que se prolongariam também durante o dia de hoje. Já Umerov disse antes que as conversações com os homólogos norte-americanos terminaram com o compromisso de avançar nos esforços para chegar a uma resolução definitiva da guerra iniciada pela Rússia em fevereiro de 2022.
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