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Rebeldes sírios querem perseguir criminosos de guerra do regime de Assad

Lusa 10 de dezembro de 2024 às 08:02

Grupo vai anunciar em breve uma lista de alvos.

O líder da coligação rebelde que derrubou o regime do presidente da Síria Bashar al-Assad garantiu esta terça-feira que vai perseguir "criminosos de guerra" e prometeu anunciar em breve uma lista de alvos.

"Não hesitaremos em responsabilizar os criminosos, assassinos, agentes de segurança e militares envolvidos na tortura do povo sírio", disse Ahmad al-Chareh, mais conhecido pela alcunha de guerra, Abu Mohammed al-Jolani.

"Perseguiremos os criminosos de guerra e exigiremos [a extradição] aos países para onde fugiram, para que recebam a justa punição", disse Al-Chareh, num comunicado divulgado nas rede sociais.

O presidente sírio Bashar al-Assad, que esteve no poder 24 anos, deixou o país perante a ofensiva rebelde e exilou-se na Rússia, de acordo com as agências de notícias russas TASS e Ria Novost.

"Vamos anunciar uma primeira lista que inclui os nomes dos principais envolvidos na tortura do povo sírio", disse o líder do grupo islâmico Organização de Libertação do Levante (Hayat Tahrir al Sham ou HTS).

Al-Chareh indicou que serão oferecidas "recompensas a quem fornecer informações sobre altos funcionários militares e de segurança envolvidos em crimes de guerra".

"Afirmámos o nosso compromisso de tolerar aqueles que não têm as mãos manchadas com o sangue do povo sírio e concedemos amnistia aos que estavam em serviço obrigatório", referiu o comunicado.

"O sangue dos mártires inocentes e os direitos dos detidos são uma confiança que não permitiremos que seja desperdiçada ou esquecida", concluiu.

Na segunda-feira, Ibrahim al-Hadid, o secretário-geral do partido sírio Baath, que era liderado por Al-Assad, garantiu que vai "apoiar uma fase de transição na Síria, visando defender a unidade do país".

Ahmad al-Chareh encontrou-se, também na segunda-feira, com o ex-primeiro-ministro Mohammed al-Jalali para coordenar uma transição de poder garantindo a prestação de serviços" à população síria, anunciou o HTS.

Também esteve presente no encontro o primeiro-ministro que lidera o "Governo de Salvação" do bastião dos rebeldes no noroeste da Síria.

Antes, o movimento encarregou Mohamed al-Bashir, o líder do "Governo de Salvação" - a administração de facto na província síria do norte de Idlib controlada pelo HTS - de formar um Governo de transição, noticiou a televisão síria, dirigida agora pela oposição.

Segundo a televisão síria, a reunião entre os líderes rebeles e o ex-primeiro-ministro destinou-se a evitar que o país entre num estado de caos depois da queda do regime.

O HTS, após a tomada de poder na Síria, lançou vários comunicados nos quais prometeu tolerância em relação aos seguidores de diferentes igrejas e confissões no país, e advertiu os membros de que devem evitar maus-tratos ou agressões aos civis.

REUTERS/Amr Abdallah Dalsh
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