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O que vai acontecer aos elementos da Flotilha humanitária detidos por Israel?

Débora Calheiros Lourenço 02 de outubro de 2025 às 19:16

Nos últimos anos várias foram as flotilhas que tentaram chegar a Gaza, no entanto nenhuma teve sucesso.

Depois de terem sido ainda em alto mar, os membros da Flotilha humanitária que seguia para Gaza, incluindo Mariana Mortágua, Miguel Duarte e Sofia Aparício e um quarto português que só se soube agora fazer parte da tripulação, terão sido levados para um navio israelita e transportado para o porto de Ashdod, em Israel, onde devem ficar a aguardar deportação.
Portugueses detidos pelas forças de Israel a bordo da Flotilha de Gaza Israeli Foreign Ministry via AP
Segundo o Bloco de Esquerda, o Presidente da Républica já confirmou que todos os , no entanto até ao momento não existem mais informações além da “possibilidade, ainda não confirmada, de serem visitados pela embaixada portuguesa em Israel”. O que se sabe é que existem duas opções para a repatriação dos ativistas, ou assinam um documento a autorizar a sua deportação ou ficam detidos até apresentarem um recurso à ordem de deportação, que será posteriormente analisado. Além de serem deportados é comum, nestas situações, que seja decretada a proibição de entrada no território israelita nos próximos cem anos, no entanto ainda não foi avançada nenhuma informação que confirme que os ativistas portugueses vão ser sujeitos a esta medida. Em condições normais os primeiros processos estariam resolvidos até sexta-feira, no entanto Israel prepara-se para celebrar o Yom Kippur - principal feriado judaico que faz com que praticamente tudo no país pare - pelo que é possível que fiquem detidos até domingo. Nos últimos anos vários foram os esforços de ativistas para que ajuda humanitária chegasse a Gaza através de barcos e quebrasse o bloqueio israelita, no entanto nenhuma teve sucesso. uma flotilha tinha sido intercetada e ativistas como a sueca Greta Thunberg e o brasileiro Thiago Ávila foram detidos, posteriormente acabaram por assinar as ordens de deportação onde renunciaram ao direito de adiar sua saída por um período de 72 horas, que lhes permitiria ir a tribunal, e foram imediatamente expulsos do país. No entanto existiram oito ativistas, incluindo o eurodeputado francês Rima Hassan, que se recusaram a assinar as ordens e alegaram que nunca tiveram qualquer intenção de entrar em território israelita. Ainda assim o tribunal manteve as ordens de deportação. Israel tem acusado a Flotilha de ter ligações ao Hamas e o Ministério dos Negócios Estrangeiros israelitas afirmou ter encontrados documentos em Gaza que provam o financiamento e o envolvimento do grupo palestiniano na missão humanitária. Um dos documentos que está em causa é uma carta datada a 2021 e assinada pelo então líder do Hamas Ismail Haniyeh que revela uma estreita ligação entre o grupo e a Conferência Popular para os Palestinianos no Estrangeiro, envolvida na operação. Alguns dos ativistas presentes nesta flotilha já estiveram detidos em Israel em condições similares, mas a Adalah, organização de direitos humanos e centro jurídico em Israel, referiu que o mais provável é estes ativistas – como Greta Thunberg e Thiago Ávila – terem o mesmo tratamento do que aqueles que estão a participar pela primeira vez e fiquem detidos por um curto período de tempo. No entanto alguns líderes israelitas, como é o caso do ministro da Segurança Nacional Bem-Gvir, têm sugerido que os participantes sejam submetidos a uma detenção prolongada.
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