Netanyahu rejeita cessar-fogo: "Este é o tempo para a guerra"
O primeiro-ministro israelita assume que a ofensiva só vai acabar quando o Hamas for derrotado e diz que a operação na Faixa de Gaza será "longa".
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afastou peremptoriamente um cessar-fogo com o Hamas. "Este é o tempo para a guerra", afirmou o chefe do governo de Israel.
Numa conferência de imprensa a propósito do resgate da mulher soldado raptada pelo Hamas, o primeiro-ministro israelita assegurou que não tem intenções de travar a ofensiva na Faixa de Gaza. Classificou os elementos do Hamas como "bárbaros" que pretendem submergir o mundo "em medo e escuridão" e assegurou que não está no horizonte do seu governo negociar a paz. "Os pedidos por um cessar-fogo são pedidos para que Israel se renda ao Hamas", classificou Netanyahu, assegurando que isso não acontecerá.
"Este é o momento para decidirmos se estamos dispostos a lutar por uma paz no futuro, ou se nos queremos render à tirania e ao terror", continuou o chefe de governo israelita, assegurando que o exército de Israel irá lutar.
Netanyahu apelou ainda aos jornalistas presentes na conferência de imprensa que fizessem uma distinção entre o "homicídio de inocentes" e "as perdas de vida não-intencionais" que acontecem "em todas as guerras legítimas". O primeiro-ministro sublinhou que todas as guerras têm vítimas, mas que o que estava em causa na incursão de Israel em Gaza era uma batalha entre "a civilidade e a barbárie", apelando à comunidade internacional que apoie a ofensiva.
O líder israelita comparou o 7 de outubro, dia em que o Hamas lançou uma missão em Israel que terá resultado na morte de 1.400 pessoas, àquilo que foram o 11 de setembro, ou o ataque a Pearl Harbor para os Estados Unidos, em 2001 e em 1941, respetivamente. "A Bíblia diz que há um tempo para a paz e um tempo para a guerra. Este é o tempo para a guerra", assegurou Netanyahu.
Netanyahu afirmou ainda que o exército israelita está a avançar de forma "metódica" na Faixa de Gaza e que é uma operação que está para durar e que só irá terminar com uma reconfiguração do enclave da Faixa de Gaza. "Esta campanha levará tempo, haverá obstáculos, haverá dificuldades, haverá baixas, também haverá surpresas, mas no final prometo-vos uma coisa: o Hamas receberá um golpe muito forte. O Hamas será derrotado e Gaza será diferente", assegurou.
Netanyahu apelou aos civis da Faixa de Gaza para que que partam para as cidades mais a sul, que classificou como "zona segura" e para a qual Israel quer, alegadamente, direcionar a ajuda humanitária.
Esta é a terceira de três fases da ofensiva israelita contra o Hamas, representando a melhor chance para libertar reféns, de acordo com o exército israelita.
Antes da conferência de imprensa de Netanyahu, Yoav Gallant, ministro da defesa israelita, disse que não era a vontade de Israel de entrar em guerra, mas que foi "arrastada" para este conflito e que só parará na eventualidade de uma "vitória decisiva e absoluta", não especificando o que isto significa. Netanyahu já afirmou que o objetivo desta ofensiva é "destruir as capacidades militares e governamentais do Hamas".
Desde o início das hostilidades, há 23 dias, os ataques israelitas a Gaza já deixaram mais de 8.300 mortos e mais de 21.000 feridos, segundo os últimos números divulgados pelo ministério da saúde de Gaza, controlado pelo Hamas.
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