"Não sairemos da nossa terra", garantiu o presidente da Palestina
Na Cimeira para a Paz, que se realiza na capital do Egito, líderes árabes condenaram as duas semanas de bombardeamentos israelitas na Faixa de Gaza. Pedem ainda um acordo de paz duradouro entre israelitas e palestinianos.
Vários líderes mundiais reúnem-se este sábado no Cairo numa Cimeira para a Paz que tem como pano de fundo tentar evitar uma escala no conflito entre o Hamas e Isarel e que acabou por colocar a Faixa de Gaza numa situação ainda mais precária. O presidente da Palestina, Mahmoud Abbas, sublinhou no arranque do encontro que o seu povo não vai abandonar o território que ocupa. "Não sairemos, não sairemos", garantiu.
Por seu lado, vários líderes árabes condenaram Israel pelas duas semanas de bombardeamentos na Faixa de Gaza - território controlado pelo Hamas - e exigiram esforços renovados para atingir um acordo de paz no Médio Oriente que ponha fim a décadas de violência entre israelitas e palestinianos. O rei Adbullah da Jordânia denunciou o que classificou de silêncio mundial sobre os ataques israelitas ao enclave palestiniano e pediu uma abordagem equilibrada do conflito.
"A mensagem que o mundo árabe está a ouvir é que as vidas palestinianas valem menos do que as vidas israelitas", declarou. O monarca disse ainda estar indignado e triste pelos atos de violência contra civis inocentes em Gaza, Cisjordânia e Israel. "A liderança israelita tem de perceber de uma vez por todas que um estado não pode prosperar se for construído numa base de injustiça... A nossa mensagem para os israelitas é a de que queremos um futuro de paz e segurança para vocês e para os palestinianos."
Depois do ataque do Hamas em solo israelita, a 7 de outubro, que apanhou todos de surpresa e fez mais de 1.400 mortos e de 200 reféns, Telavive prometeu libertar Gaza de todos os militantes deste grupo extremista.
A Cimeira do Cairo está a tentar evitar que o conflito alastre para a região. Embora se antevejam problemas para alcançar uma posição comum entre os líderes europeus e do Médio Oriente. À Reuters, três diplomatas indicaram que dificilmente sairá deste encontro uma declaração conjunta, devido às sensibilidades à volta de apelo ao cessar-fogo, e a dificuldade de incluir uma menção ao ataque do Hamas e o direito de Israel a defender-se.
Na cimeira não está nenhum representante israelita e os EUA fazem-se representar pelo Encarregado de Negócios da sua embaixada no Egito.
No seu discurso, o presidente anfitrião, Abdel al-Sissi, mostrou a sua oposição à deslocação de palestinianos para a região egípcia do Sinai. "O Egito defende que a solução para o problema palestiniano não é a sua deslocação, a única solução é justiça e o acesso dos palestinianos aos direitos legítimos e a viver num estado independente."
A posição egípcia reflete o receio do mundo árabe de que os palestinianos sejam obrigados a refugiar-se e a sair em massa das suas casas como aconteceu em 1948, na guerra que antecedeu a criação do estado de Israel.
A cimeira começou pouco depois de ter sido aberta a fronteira entre o Egito e Gaza para permitir aentrada de 20 camiões com ajuda humanitária.
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