Na Palestina longe de Gaza o presidente é cada vez mais contestado
Mahmoud Abbas ocupa o cargo há quase duas décadas e tem recusado a realização de eleições no território administrado pela autoridade no meio da ocupação israelita da Cisjordânia.
Os palestinianos que da Cisjordânia, apesar de não estarem a viver os confrontos entre Gaza e Israel, estão cada vez mais insatisfeitos com a escalada do conflito e pedem à Autoridade Palestiniana, que governa a Cisjordânia, um papel mais ativo na guerra.
No centro de Ramallah a noite que se seguiu à explosão no hospital em Gaza foi de confrontos. Os manifestantes exigiam a demissão do presidente Mahmoud Abbas e atiraram pedras contra vários caros da polícia, que respondeu com bombas de fumo para tentar afastar as multidões.
Nos últimos dias as manifestações na Cisjordânia têm aumentado e uma criança de doze anos e um jovem universitário que se encontravam no meio dos protestos foram baleados pelas forças de segurança, na cidade de Jenin e de Tubas.
Neste momento a Cisjordânia encontra-se a viver uma greve geral e as saídas do território estão a ser ainda mais controladas depois de muitos palestinianos afirmarem que estão à procura de formas de descarregar a sua raiva contra as autoridades israelitas e a Autoridade Palestiniana, especialmente contra o presidente Mahmoud Abbas.
O presidente, de 88 anos, ocupa o cargo há quase duas décadas e tem recusado a realização de eleições no território administrado pela autoridade no meio da ocupação israelita da Cisjordânia. Este é outro fator importante para entendermos a contestação atual, uma vez que a perda do sentimento de identificação entre o povo e o seu presidente tem aberto espaço ao apoio aos grupos aramados.
Os críticos defendem que o Abbas está cada vez a falhar mais com os seus deveres presidenciais e a ceder demasiado facilmente às exigências das autoridades israelitas permitindo que os direitos dos palestinianos fiquem cada vez mais controlados e limitados.
Mahmoud Abbas esteve na terça-feira em Amã para participar numa cimeira com o presidente dos Estados Unidos, o rei da Jordânia e o presidente egípcio que não chegou a ocorrer devido à explosão que ocorreu num hospital em Gaza nessa mesma noite. Na sua chegada a Ramallah e numa altura em que Gaza acusava Israel de ser o autor do ataque a contestação na Cisjordânia e em todo o Médio Oriente aumentava Abbas considerou o incidente como um "horrível massacre de guerra e afirmou": "Israel cruzou todas as linhas vermelhas".
Ainda assim parece difícil que Abbas reconquiste o apoio popular uma vez que os pedidos para que renuncie continuam a marcara as manifestações dos palestinianos.
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