Max começou a sair de Kiev. Mas voltou atrás para se juntar à luta
É um dos civis ucranianos que se juntou às unidades de defesa territoriais para combater pelo seu país. "Acredito que o mundo está do nosso lado", afirma.
Quando a Rússia invadiu a Ucrânia no dia 24 de fevereiro, Max Karmazin fugiu da capital, Kiev, com amigos, em busca de maior segurança no oeste do país. Mas acabou por deixá-los pelo caminho. "Tentei escapar de Kiev com os meus amigos há alguns dias - dirigimo-nos a Berdychiv, era o primeiro sítio aonde queríamos ficar - e depois seguir até mais perto da Polónia", relata à agência noticiosa Reuters. "Mas senti que devia ficar, por isso abandonei os meus amigos e voltei a Kiev. Passámos a noite na estação de metro, debaixo de terra, e hoje estamos a tentar encontrar estas pessoas - da unidade de defesa territorial - e queremos juntar-nos a elas."
As forças russas são mais numerosas do que as ucranianas, mas depararam-se com uma grande resistência dentro e ao redor das cidades. Os civis juntaram-se a unidades de defesa locais para apoiarem as tropas no seu esforço para repelir os avanços da Rússia.
Max Karmazin é um entre os milhares de ucranianos em todo o país que avançaram com o pedido do presidente para pegar em armas e lutar contra os russos. Nos media russos, a guerra na Ucrânia é divulgada como uma "operação especial" que não serve para ocupar território mas para desmilitarizar os ucranianos e capturar os que são descritos como nacionalistas perigosos.
Na Ucrânia, homens e mulheres juntaram-se a unidades de defesa territorial e formaram as suas próprias milícias locais. Todos os homens entre os 18 e os 60 anos foram impedidos de deixar o país ao mesmo tempo que centenas de milhar abandonam-no. Porém, Max Karmazin diz que não tem medo. "Acredito que o mundo está do nosso lado, e vocês sabem, fomos atacados, não é nossa a agressão. Por isso acredito que não fizemos nada de errado e só nos estamos a defender."
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 350 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A ONU deu conta de quase 500 mil deslocados para a Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.
Com Lusa
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