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Lusodescendente Jack Teixeira formalmente acusado de publicar documentos confidenciais

Andreia Antunes com Leonor Riso 16 de junho de 2023 às 17:14

Militar enfrenta seis acusações por revelar e partilhar documentos confidenciais num servidor da app Discord.

Jack Teixeira, militar norte-americano e lusodescendente de 21 anos, foi formalmente acusado pela divulgação online de documentos confidenciais.

Familiares de Jack Teixeira REUTERS/Lauren Owen Lambert

O Departamento de Justiça revelou esta quinta-feira que Jack Douglas Teixeira é acusado de seis crimes de retenção e transmissão de informação confidencial deliberadas. A divulgação foi feita na aplicação Discord, uma app de comunicações online de voz ou mensagens.

As acusações podem levar a uma pena de até dez anos de prisão e uma multa de 250 mil dólares (229 mil euros).

Além dos documentos, Jack Teixeira também fez várias ameaças nas suas mensagens. Uma delas foi a de transformar um veículo numa "carrinha de assassinato". O procurador-geral dos EUA, Merrick Garland, frisou numa declaração esta quinta-feira que a partilha dos documentos "pôs em perigo a segurança nacional" dos EUA.

Os documentos abordavam as defesas militares das forças norte-americanas e as operações a decorrer no estrangeiro. Incluíam ainda análises do governo sobre a guerra na Ucrânia e ficheiros sensíveis sobre alguns aliados como o Egito, Coreia do Sul e Emirados Árabes Unidos.

Os advogados de Teixeira designaram as alegações do governo de "hiperbólicas" e culparam outros utilizadores do Discord pela divulgação dos documentos que alegadamente o cliente partilhou. As alegações apresentadas pelo governo na altura da sua detenção "não sustentam que o Sr. Teixeira pretendesse, atualmente ou alguma vez, que qualquer informação supostamente enviada para o servidor privado da rede social fosse amplamente divulgada", argumentou um dos advogados num processo judicial.

A equipa de defesa mencionou que o acusado deveria ser libertado para poder ficar em casa com familiares, pessoal da Força Aérea ou advogados.

Numa audiência realizada em maio, os procuradores argumentaram contra a concessão de fiança a Teixeira ao afirmar que poderia ser um risco de fuga, representava uma ameaça para a segurança nacional dos EUA e demonstrou um "desrespeito intencional" por informações confidenciais.

Após a sua detenção, os documentos judiciais apresentados, os procuradores revelaram que Jack Teixeira já tinha sido apanhado e repreendido em várias ocasiões por ter visto informações "que não estavam relacionadas com o seu dever principal e que estavam relacionadas com os serviços secretos". Os procuradores destacaram que o militar ignorava as ordens propostas e colocava "questões muito específicas" em reuniões confidenciais.

Segundo a Sky News, o diretor do FBI, Christopher Wray, afirmou que os militares norte-americanos a quem foi concedida autorização de segurança para aceder a informações sensíveis são "incumbidos de proteger as informações confidenciais e salvaguardar os segredos da nossa nação". Acrescenta que "o FBI e os nossos parceiros continuam firmes no compromisso para responsabilizar aqueles que põem em perigo a nossa segurança nacional e a segurança dos nossos aliados.

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