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Israel: "País não vai reocupar a Faixa de Gaza"

Lusa 08 de novembro de 2023 às 07:39

"Israel deve ter a responsabilidade geral pela segurança durante um período indefinido", mas "não será uma ocupação", garante o ministro dos Assuntos Estratégicos israelita.

O ministro dos Assuntos Estratégicos israelita, Ron Dermer, garantiu que "Israel não vai reocupar a Faixa de Gaza", numa entrevista ao canal norte-americano MSNBC.

Israel Defense Forces/Handout via REUTERS

"Nós retirámo-nos completamente de Gaza há 17 anos e recebemos de volta um Estado terrorista. Não podemos repetir isto, é óbvio. Assim que o Hamas deixar de estar no poder e as infraestruturas forem desmanteladas, Israel deve ter a responsabilidade geral pela segurança durante um período indefinido", disse, na terça-feira à noite, Dermer, que tem assento como observador no gabinete de guerra de Israel.

Questionado sobre a forma como esta responsabilidade será organizada, Dermer reconheceu que a questão permanece em aberto, mas disse que "não será uma ocupação".

Os comentários deste antigo embaixador israelita nos Estados Unidos, próximo do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, surgem depois de Washington ter afirmado que se opõe a uma nova ocupação a longo prazo de Gaza por parte de Israel.

"Em geral, não apoiamos uma reocupação de Gaza, nem Israel", declarou o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Vedant Patel, aos jornalistas, na terça-feira.

Esta reação surge na sequência das declarações de Netanyahu, na segunda-feira, de acordo com as quais pretende que Israel assuma "a responsabilidade geral pela segurança" do território após a guerra.

"Estamos em discussões ativas com os nossos homólogos israelitas sobre como deverá ser a Faixa de Gaza após o conflito. O Presidente, Joe Biden, mantém a sua posição de que a reocupação pelas forças israelitas não é a coisa certa a fazer", disse o porta-voz da Casa Branca, John Kirby, numa conferência de imprensa.

"Há uma coisa sobre a qual não há absolutamente nenhuma dúvida: o Hamas não pode fazer parte da equação", acrescentou.

O porta-voz do Hamas, Abdel Latif al-Qanou, reagiu na plataforma de mensagens Telegram a estas declarações, afirmando que "o que Kirby disse sobre o futuro de Gaza depois do Hamas é uma fantasia. O nosso povo está em simbiose com a resistência e só ele decidirá o seu futuro".

Dermer admitiu que Israel terá de enfrentar a dificuldade do "dia seguinte", depois da eliminação do Hamas. "Quem é que vai gerir Gaza? Se for uma força palestiniana que governe Gaza para o bem-estar dos habitantes e sem querer destruir Israel, então podemos falar", afirmou.

Em 07 de outubro, o Hamas lançou um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, fazendo mais de duas centenas de reféns.

Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela UE e pelos Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo em Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.

O conflito já provocou milhares de mortos e feridos, entre militares e civis, nos dois territórios.

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