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Encontro Biden-Xi: "O planeta Terra é grande o suficiente para os dois"

Ana Bela Ferreira 15 de novembro de 2023 às 21:05

Líderes dos EUA e da China voltam a reunir-se, um ano depois. Cara a cara prometem melhorar a relação entre as duas potências, mas posições diferentes nos principais temas deve impedir grandes mudanças na ordem mundial.

Os presidentes dos EUA e da China encontram-se esta quarta-feira cara a cara,pela primeira vez num ano. A expectativa é que esta reunião ajude a suavizar as relações entre as duas potências, nomeadamente quanto aos conflitos militares, tráfico de droga e inteligência artifical.

REUTERS/Kevin Lamarque

Na abertura do encontro, em que os dois líderes se mostraram, perante os jornalistas, sorridentes, Joe Biden começou por afirmar que os EUA e a China devem assegurar que a competição entre os dois países "não se transforme em conflito" e que devem gerir a sua relação "de forma responsável".

Na resposta, Xi Jinping afirmou que "virar as costas um ao outro não é uma opção" para as superpotências. "O planeta Terra é grande o suficiente para os dois países serem bem-sucedidos, e o sucesso de um país é uma oportunidade para o outro."

O líder chinês admitiu ainda que muito aconteceu no mundo, desde que os dois se encontraram, no ano passado em Bali. "O mundo saiu da pandemia de covid-19, mas está ainda debaixo dos seus impactos tremendos. A economia global está a recuperar, mas a um ritmo lento."

Xi classificou ainda os laços entre os EUA e a China "como a relação bilateral mais importante do mundo" e sublinhou que ele e Biden "assumem grandes responsabilidades para os dois povos, para o mundo e para a História".

Os dois líderes tentam reduzir a tensão nas relações entre Washington e Pequim, mas apesar das palavras públicas não são de esperar grandes mudanças no relacionamento de um dia para o outro. Fontes oficiais, citadas pela Reuters, admitiram que as expectativas eram baixas, tendo em conta que Biden e Xi devem discutir Taiwan, o Mar do Sul da China, a guerra Hamas-Israel, a invasão russa da Ucrânia e a Coreia do Norte e os direitos humanos - basicamente todos os assuntos em que os dois países se têm mantido em lados opostos.

Na China, os especialistas acreditam que o presidente deve mostrar-se apaziguador para silenciar as preocupações domésticas em relação à economia e a queda do investimento estrangeiro.

Antes desta reunião, EUA e China emitiram um comunicado conjunto em que se comprometem a fazer mais pela luta contra as alterações climáticas. O documento divulgado ontem, terça-feira, reafirma a intenção das duas economias de trabalhar em conjunto para combater o aquecimento global, tendo declarado a crise climática como "um dos grandes desafios dos nossos tempos".

O encontro entre os dois acontece na propriedade Filoli, uma casa de campo e jardins a sul de São Francisco, nos Estados Unidos, onde está também a decorrer a cimeira de Cooperação Económica Ásia-Pacífico. O grupo de 21 países vai estar reunido até dia 17.

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