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Cessar-fogo entre Hamas e Israel prolongado por mais dois dias

Andreia Antunes com Leonor Riso 27 de novembro de 2023 às 16:32

Desde o início do cessar-fogo foram libertados 58 reféns pelo Hamas. Já Israel libertou um total de 117 prisioneiros.

O Egito e o Qatar acordaram esta segunda-feira, 27, com o Hamas uma extensão em dois dias de cessar-fogo humanitário sob as mesmas condições que o anterior cessar-fogo de quatro dias.

REUTERS/Ibraheem Abu

"Foi alcançado um acordo com os irmãos do Qatar e do Egito para prolongar a trégua humanitária temporária por mais dois dias, com as mesmas condições que na trégua anterior", disse um funcionário do Hamas à agência noticiosa Reuters.

Este prolongamento dá assim continuidade à primeira pausa humanitária em sete semanas, e inclui a libertação de 20 reféns israelitas que foram levados pelo Hamas no ataque de 7 de outubro. No outro lado, Israel irá libertar 60 prisioneiros palestinianos detidos no país.

O cessar-fogo tinha previsão para terminar esta segunda-feira à noite. O Hamas tinha pedido uma prorrogação de quatro dias, no entanto Israel aceitaria a prorrogação de um dia de tréguas pela libertação de cada grupo de 10 reféns, sendo o limite de cinco dias.

No domingo foram libertados 17 pessoas pelo Hamas, elevando o número de libertados para 58 desde sexta-feira. Israel libertou 39 reféns palestinianos no domingo, elevando assim o número de libertados para 117.

Nos termos de acordo atual, o Hamas deverá libertar um total de 50 mulheres e crianças israelitas mantidas como reféns no enclave. O número total de reféns detidos em Gaza esta segunda-feira é de 184, incluindo 15 estrangeiros e 80 israelitas com dupla nacionalidade, afirmou um porta-voz do governo Israelita.

O cessar-fogo acordado na semana passada foi a primeira interrupção de combates em sete semanas desde o ataque do Hamas a Israel que matou cerca de 1200 pessoas e levou 240 reféns.

Em resposta, Israel bombardeou Gaza e montou uma ofensiva terrestre no norte do enclave, o que, segundo as autoridades de Gaza, foram mortos cerca de 14 800 palestinianos.

Várias zonas de Gaza foram arrasadas por ataques aéreos e bombardeamentos dos israelitas, levando à instalação de uma crise humanitária devido ao esgotamento das reservas de alimentos, combustível, água e medicamentos.

Tanto Israel e o Hamas manifestaram preocupação com as listas desta segunda-feira. O gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, referiu que estava a rever a lista de prisioneiros palestinianos que tinha recebido do Hamas para libertação.

O primeiro-ministro acrescentou que assim que a trégua termine "voltaremos com força total para atingir os nossos objetivos, a eliminação do Hamas, garantir que Gaza não volte a ser o que era e claro, a libertação de todos os nossos reféns".

Palestinianos em Gaza afirmaram esta segunda-feira que estavam a rezar para uma extensão da trégua, alguns destes visitavam as suas casas destruídas nos bombardeamentos e outros faziam fila para receberem bens essenciais entregues pela agência humanitária das Nações Unidas UNRWA.  

"Demasiadas pessoas perderam as suas vidas, demasiadas pessoas perderam as suas casas, por isso congratulamo-nos com este cessar-fogo, esperamos que este cessar-fogo seja prolongado", disse Thomas White, diretor dos assuntos da UNRWA à Reuters.

Josef Borrell afirmou, durante uma conferência em Barcelona sobre a crise de Gaza, que a Autoridade Palestiniana deveria recuperar o controlo de Gaza do Hamas, visto que oferece uma melhor alternativa. Também instou a Israel a não recolonizar Gaza referindo que a melhor garantia para a paz e a segurança do país é a criação de um Estado palestiniano na Cisjordânia, Jerusalém e em Gaza.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Jordânia, Ayman Safadi, afirmou na mesma conferência que os acontecimentos em Gaza se enquadram na definição legal de genocídio, apelando para o fim de todas as mortes e deslocações no enclave. Já Israel afirmou que está a agir em legítima defesa sendo que o Hamas está empenhado na sua destruição.

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