O legado imaterial de Rui Nabeiro. Opinião exclusiva de José Luís Peixoto

José Luís Peixoto 23 de março

A viagem que eu fazia em direção a Campo Maior era muito diferente da que fazia no regresso. Para lá, ia sempre na expectativa. Para cá, vinha sempre assoberbado com tudo o que tinha ouvido. Essas conversas eram como um caleidoscópio.

QUASE SEMPRE, essas gravações começam a meio da conversa: “O que eu possa dizer não lhe adianta nada, o que eu possa apreciar adianta-me a mim.” Nesse momento, falávamos sobre o livro que eu estava a escrever sobre a sua vida. Com estas palavras, Rui Nabeiro estava a esquivar-se aos meus pedidos de opinião. Na altura, como agora, tenho a certeza de que teria aprendido bastante com essas considerações, mas também não tenho dúvidas de que aprendi com os seus silêncios ou, muitas vezes, com o que disse indiretamente.

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