Houve duas dezenas de investidores, incluindo da Alemanha e do Brasil, até dos Estados Unidos, que se inscreveram no leilão eletrónico da aldeia histórica, que tem casas, restaurante, capela, piscina e campo de ténis. O despique teve 72 licitações.
A aldeia histórica de Póvoa Dão, situada a 14 quilómetros
de Viseu e cuja origem remonta às inquirições afonsinas anteriores a 1258, estava
praticamente abandonada e em ruínas desde os anos 70 do século passado, até que
em 1995 a Ramos Catarino compra o
lugarejo de 100 hectares e com mais de três dezenas de casas por 80 mil contos
(cerca de 400 mil euros).
A construtora de Cantanhede investiu cerca de 3,5 milhões
de euros na recuperação e restauração – mantendo a traça original beirã – das 32
habitações T1 e T2 e da capela, dotando ainda Póvoa Dão de uma série de outros
espaços, como restaurante e campo de ténis, além de zonas comuns e espaços
exteriores ajardinados.
Renascida como aldeia turística em 2004, tendo sido inaugurada
pelo então ministro da Economia, Carlos Tavares, Póvoa Dão viria novamente a
ser abandonada com a entrada da Ramos Catarino em dificuldades financeiras.
Das 32 casas, 16 foram compradas por privados a título
individual, os quais, perante novo abandono da aldeia, as colocaram, entretanto,
à venda.
Em 2013, a Ramos Catarino recorreu a um Processo Especial
de Revitalização (PER), que foi apoiado pelo Banco Espírito Santo (BES).
Com o colapso do império Espírito Santo no ano seguinte,
a Ramos Catarino, com uma dívida de 60 milhões de euros, viria a ser adquirida
em 2016 pelo fundo Vallis, que tentou vender a aldeia de Póvoa Dão, sem
sucesso, por cinco milhões de euros.
Dois anos depois, a Vallis vendeu a participação
maioritária na Ramos Catarino aos irmãos Vítor e Jorge Catarino, com a empresa
a recorrer novamente a um PER, desta vez apoiado pelo Novo Banco.
Mas a família fundadora da Ramos Catarino não conseguiu
dar a volta à construtora, que acabou por ser adquirida pela Nacala Holdings,
liderada por Gilberto Rodrigues, o mesmo que está à frente do polémico
Elevolution, grupo resultante da fusão das construtoras Edifer, Monte Adriano,
Hagen e Eusébios, que entrou em PER em 2021, com uma dívida de 350 milhões de
euros, e que continua a arrastar-se nos tribunais.
Entretanto, a Ramos Catarino entrou este ano em
insolvência, tendo a aldeia de Póvoa Dão – neste caso, 10 casas acabadas e seis
inacabadas, restaurante e complexo desportivo, entre outros ativos – sido colocada
em leilão eletrónico com o preço base fixado em 1,7 milhões de euros e o mínimo
em 1,445 milhões.
A leiloeira Leilosoc revelou ao Negócios que o leilão
online registou cerca de duas dezenas de inscritos, na sua maioria portugueses,
mas que atraiu também investidores da Alemanha, Brasil e até dos Estados Unidos.
Com o final do leilão marcado para as 18 horas desta
sexta-feira, 5 de dezembro, a última hora foi frenética, verificando-se lances
de 10 mil euros sucessivos – às 17:30, a melhor oferta estava fixada em 1,51
milhões de euros, tendo galgado 300 mil euros em meia hora.
Mandam as regras do leilão que, nos últimos cinco minutos,
caso haja novas licitações, reinicia-se a contagem decrescente em cinco minutos.
Foi o que aconteceu, tendo terminado às 19:33, após 72 licitações, com a
aldeia da Póvoa Dão a ser adjudicada por 2.350.000,28 euros a um investidor de Lisboa,
revelou fonte oficial da Leilosoc ao Negócios.
Investidor de Lisboa compra aldeia histórica de Póvoa Dão por 2,3 milhões em leilão online
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O centrismo tem sido proclamado por diversas personalidades que não têm a mais pálida ideia do que fazer ao país. É uma espécie de prêt-à-porter para gente sem cultura política e, pior que isso, sem convicções ou rumo definido.
Legitimada a sua culpa, estará Sócrates tranquilo para, se for preciso, fugir do país e instalar-se num Emirado (onde poderá ser vizinho de Isabel dos Santos, outra injustiçada foragida) ou no Brasil, onde o amigo Lula é sensível a teses de cabalas judiciais.