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França multa Shein em 40 milhões de euros por "descontos enganosos"

Jornal de Negócios 03 de julho de 2025 às 14:05
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A gigante de fast-fashion chinesa aceitou a penalização. Empresa terá aumentado os valores dos produtos antes de serem aplicados descontos e mais de metade das ofertas não estavam, na verdade, a oferecer preços mais baixos.

A agência de "antitrust" francesa, responsável pela proteção ao consumidor e pela concorrência,multou a gigante de fast-fashion chinesa Shein em 40 milhões de euros por alegadas práticas enganosas, como falsos descontos.

A investigação decorreu entre outubro de 2022 e agosto de 2023 e visou milhares de produtos no site francês da retalhista e concluiu que a Infinite Style E-Commerce (ISEL), que administra as vendas da marca, terá "enganado os consumidores sobre a autenticidade dos descontos dos quais os clientes poderiam beneficiar". A ISEL aceitou a multa, confirmou a agência, citada pela Reuters.

O relatório concluiu que a Shein infringiu a regulamentação francesa, que estabelece que o preço de referência para qualquer desconto tem de ser o mais baixo praticado por um retalhista durante os 30 dias anteriores à oferta. A empresa não terá tido em conta a lei e, por vezes, terá mesmo aumentado os preços antes de aplicar um desconto.

Mais de metade (57%) das ofertas publicadas não estariam, na verdade, a oferecer preços mais baixos. Além disso, o desconto de 19% dos produtos era menor do que a empresa anunciava e, aliás, 11% registaram uma subida de preços.

A Shein respondeu. Numa declaração, a retalhista afirma que a ISEL já teria sido informada das infrações em março do ano passado e que, desde então, adotou medidas de correção, estando os problemas "resolvidos há mais de um ano".  

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