Multinacional italiana Media For Europe torna-se na segunda maior acionista e põe fim à situação de urgência financeira na dona da SIC e do Expresso. Entrada dilui parte da posição dos Balsemão que, contudo, continuam como maiores acionistas e com algum controlo. Francisco Pedro Balsemão mantém-se como CEO.
A Impresa, dona da SIC e do Expresso, confirmou hoje que a multinacional MFE – Media For Europe, será o seu novo acionista. O grupo italiano, controlado pela família Berlusconi, vai investir 17,325 milhões de euros num aumento de capital da Impresa, tornando-se o segundo maior acionista da empresa de media portuguesa. A família Balsemão, agora representada pelos herdeiros de Francisco Pinto Balsemão, mantém-se como maior acionista, à frente de uma participação que lhe assegura, por enquanto, o controlo da Impresa.
Francisco Pedro Balsemão, à esquerda, e Pier Silvio Berlusconi são agora sócios.Duarte Roriz e AP
“A Impresa comunicou à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários que, em conjunto com a holding Impreger, acionista maioritária da Impresa, assinou um acordo de investimento com a MFE – Media For Europe, através do qual esta última se compromete a subscrever novas ações da Impresa, a emitir em aumento de capital social, o que levará a que passe a deter uma posição acionista de 32,934% no capital social do grupo”, indica fonte oficial da companhia, num comunicado enviado aos media.
A confirmação do negócio – nos termos noticiados em primeira mão pela SÁBADO – põe fim a dois meses de negociações para a entrada do novo sócio e significa a estabilização financeira do maior grupo de media português. Francisco Pedro Balsemão, o filho mais novo do fundador, continua como administrador executivo – o comunicado não indica as alterações inevitáveis, na administração, decorrentes da entrada dos italianos. O cargo de administrador financeiro, ocupado atualmente por Pedro Barreto, é um dos que deverá mudar de titular.
O valor de entrada dos italianos corresponde a um preço médio por ação de 21 cêntimos, a média (ponderada pelo volume diário de ações transacionadas) dos seis meses anteriores a 15 de outubro deste ano, o que significa que desconta em grande medida a valorização das ações em resultado das notícias sobre as negociações em curso.
A Impresa explica que a “plena efetividade do acordo de investimento” e do aumento de capital está dependente das “devidas autorizações regulatórias” – ou seja, da decisão final da CMVM, o regulador da bolsa de valores, sobre se os italianos terão de lançar uma Oferta Pública de Aquisição (OPA), ficando com a maioria do capital.
A Impresa nota, também, que falta garantir formalmente que os bancos credores não acionam as cláusulas contratuais – para receberem o dinheiro mais cedo – por causa da mudança na composição acionista. Estas cláusulas são comuns nestes contratos e as negociações já envolveram a banca, que vê com bons olhos a entrada de um acionista com muito músculo financeiro num devedor que estava numa situação delicada. Como a SÁBADO já noticiou, do negócio não resulta a imposição à cabeça de perdas aos credores bancários.
A entrada da MFE é vista, nos bastidores, como a primeira fase de um investimento a prazo deverá levar o grupo italiano a assumir o controlo do grupo português. Para já, contudo, esta entrada, apesar de diluir em parte a posição da família Balsemão, permite-lhe continuar como maior acionista – e com uma participação que equivale, pelo menos formalmente, a uma minoria de bloqueio para decisões estratégicas.
O valor de entrada dos italianos corresponde a um preço médio por ação de 21 cêntimos, a média (ponderada pelo volume diário de ações transacionadas) dos seis meses anteriores a 15 de outubro deste ano, o que significa que desconta em grande medida a valorização das ações em resultado das notícias sobre as negociações em curso.
A Impresa emprega perto de mil pessoas em Portugal e detém a SIC, os canais temáticos SIC e o semanário Expresso – no primeiro semestre deste ano gerou receitas de 86 milhões de euros. A MFE é um gigante europeu do setor, que tem investido em vários países para criar uma plataforma pan-europeia que rivalize na captação de publicidade com as plataformas de streaming – no primeiro semestre teve receitas de 1.437 milhões de euros.
Grupo dos Berlusconi fica com 32,9% da Impresa por 17,3 milhões
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