Para o Governo português, as medidas aprovadas pelo Eurogrupo "são a resposta de emergência", mas urge agora preparar a fase de recuperação, que tem de ser "uma resposta global à escala da UE".
O primeiro-ministro, António Costa, afirmou, esta quarta-feira, que precisa de saber se o programa de recuperação daUnião Europeia(UE) vai disponibilizar "uma fisga ou uma bazuca", para saber "o poder de fogo" do plano de resposta à crise em Portugal.
António Costa, que falava no debate preparatório do Conselho Europeu na Assembleia da República, respondia a questões colocadas pelos deputados Pedro Filipe Soares (BE) e de Cecília Meireles (CDS) sobre como e quando vai apresentar o plano de recuperação da economia portuguesa após o pico da crise de saúde provocada pelo novo coronavírus.
"Não podemos ficar à espera ilimitadamente, mas temos de saber com que armas contamos. Como tenho dito, vamos precisar de saber se o programa de recuperação nos disponibiliza uma fisga ou uma bazuca, em função de com a fisga ou com a bazuca termos um poder de fogo distinto no nosso programa recuperação", disse o primeiro-ministro.
António Costa assegurou, contudo, que as prioridades do programa português serão as mesmas: "investir no reforço da capacidade produtiva e, coerentemente, com as prioridades estratégicas" definidas, afirmou, apontando a transição digital e o combate às alterações climáticas.
O primeiro-ministro admitiu, no entanto, que no Conselho Europeu de quinta-feira "seguramente" não haverá "uma decisão final que não seja mandatar a Comissão Europeia para que, com força, determinação e urgência apresente e trabalhe num programa de reconstrução".
Para o Governo português, as medidas aprovadas pelo Eurogrupo "são a resposta de emergência", mas urge agora preparar a fase de recuperação, que tem de ser "uma resposta global à escala da UE", com "o músculo financeiro necessário", entre os valores já avançados, que vão de 1 bilião a 1,5 ou 1,6 biliões de euros.
António Costa evocou os diferentes aspetos relativos ao plano de recuperação a elaborar pela Comissão para frisar que, além de o financiamento dever ser por emissão de dívida europeia, "a questão crítica" em discussão é a forma como os montantes vão ser distribuídos pelos Estados-membros.
"A nossa resposta é que essa transferência deve ser assegurada [...] através de transferência de subvenções e não de empréstimos, embora não possamos excluir, e não excluamos, que para alguns programas a forma de empréstimo possa ser a forma adequada", assegurou.
"Só por subvenções? Sim, se fosse eu sozinho a decidir", afirmou noutro passo.
O primeiro-ministro frisou neste ponto considerar "essencial" haver "um bom equilíbrio" que "garanta a todos" os Estados-membros", independentemente das suas diferentes estruturas produtivas e capacidade orçamental, "o financiamento de que necessitam".
"Ou mutualizamos o esforço da recuperação, ou só estaremos cá todos para mutualizar as perdas", disse.
Para Costa, não se trata de solidariedade, mas de racionalidade", dado que, considerou, "está em causa a fragmentação ou a unidade do mercado interno e a recessão ou a prosperidade do mercado interno", que implica todos os Estados-membros.
MDR // ACL
Lusa/Fim
Covid-19: António Costa precisa de saber se UE disponibiliza "um fisga ou uma bazuca"
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Para poder votar newste inquérito deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Brigitte e Emmanuel nada têm a ganhar com este processo que empestará ainda mais a atmosfera tóxica que rodeia o presidente, condenado às agruras políticas de um deplorável fim de mandato
Esta ignorância velha e arrastada é o estado a que chegámos, mas agora encontrou um escape. É preciso que a concorrência comece a saber mais qualquer coisa, ou acabamos todos cidadãos perdidos num qualquer festival de hambúrgueres