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ACT continua inspecção à Ryanair

SNPVAC denunciou que transportadora contactou tripulantes na Europa para a substituição dos grevistas, violando a lei portuguesa.

A Autoridade para as Condições de Trabalho (ATC) informou, esta quinta-feira, que continua a "intervenção inspectiva" à Ryanair e que esteve presente em todos os dias de greve dos tripulantes de cabine da transportadora aérea, sem sofrer restrições.

Ryanair, avião, pista
Ryanair, avião, pista

"A actuação da ACT não se esgotou com estas visitas [nos três dias de greve], prosseguindo a intervenção inspectiva à empresa", informou fonte oficial da entidade, em reposta a questões da agênciaLusa.

A Autoridade informou ter desenvolvido "acções inspectivas nos aeroportos de Lisboa, Porto e Faro, logo no primeiro dia de greve, dia 29 de Março, as quais se prolongaram até ao último dia de greve, dia 4 de Abril".

"As mesmas [acções inspectivas] tiveram como objectivo averiguar alegadas violações do direito à greve, designadamente, a substituição de trabalhadores em greve por outros, em violação do artigo 535º do Código do Trabalho", segundo a mesma nota da ACT, que garante ainda que os "trabalhos decorreram com regularidade".

"Não tendo os inspectores e inspectoras da ACT sofrido qualquer restrição de acesso que lhes vedasse a actuação inspectiva", garantiu ainda a entidade, contrariando as informações da presidente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), Luciana Passo.

Na quinta-feira a dirigente sindical relatou àLusaque uma inspectora da ACT foi impedida de entrar na sala de apresentação de trabalhadores da Ryanair no aeroporto do Porto, sob o argumento de que iria "causar stress nos tripulantes".

Em audição parlamentar, o ministro do Trabalho, Vieira da Silva, já tinha garantido quinta-feira que "não houve qualquer impedimento" no acesso dos inspectores a instalações dos aeroportos no acompanhamento da greve da Rynair.

Sobre o recurso à substituição de trabalhadores em greve, Vieira da Silva lembrou que "numa situação de greve, a substituição de trabalhadores não pode acontecer quando fere o direito à greve".

"Se houve alguma situação abusiva vamos avaliar qual a razão e porque aconteceu. A substituição dos trabalhadores em greve por trabalhadores, mesmo da própria empresa, aplica-se à grelha de distribuição de voos que é feita. Só quando estão escalados para um determinado voo e são substituídos por outros é que estamos a falar de violação à greve. Isto torna o processo difícil. Temos que ver em que condições foi realizada esta substituição", sinalizou o governante em resposta aos deputados.

Desde o início da paralisação de três dias não consecutivos que o SNPVAC denunciou que a Ryanair contactou tripulantes na Europa para a substituição dos grevistas, violando a lei portuguesa, chegando inclusivamente a fazer ameaças de despedimento.

A transportadora aérea Ryanair informou publicamente que iria usar "aeronaves e tripulantes" de fora do país "se necessário" para cumprir a operação durante a greve dos tripulantes de cabine com base em Portugal.

Os trabalhadores da transportadora exigem que a transportadora de baixo custo irlandesa aplique a legislação nacional, nomeadamente em termos de gozo da licença de parentalidade, garantia de ordenado mínimo e a retirada de processos disciplinares por motivo de baixas médicas ou vendas a bordo abaixo das metas da empresa.

As comissões parlamentares de Trabalho e de Economia aprovaram a audição no parlamento de representantes da administração da Ryanair, várias associações de aviação e a fiscalização do trabalho sobre esta greve.

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