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Sindicatos acusam Governo de ter em vista falência da RTP com reestruturação ilegal

"O Governo, acionista da RTP, apresentou assim um plano de reestruturação da sua empresa com vista à falência, uma reestruturação que não cumpre os requisitos legais e que arrasta os sindicatos para compromissos inexistentes e os jornalistas para a lama", consideraram os sindicatos em comunicado.

Os sindicatos representantes dos trabalhadores da RTP acusaram esta quarta-feira o Governo de querer executar um plano de reestruturação ilegal e que tem em vista a falência da empresa, sem compensações pela perda de receitas.

"O Governo, acionista da RTP, apresentou assim um plano de reestruturação da sua empresa com vista à falência, uma reestruturação que não cumpre os requisitos legais e que arrasta os sindicatos para compromissos inexistentes e os jornalistas para a lama", consideraram os 10 sindicatos em comunicado conjunto.

As estruturas representativas dos trabalhadores dizem ter recebido com estupefação a notícia sobre o plano de reestruturação da Rádio e Televisão de Portugal (RTP), que prevê a saída voluntária de 250 trabalhadores, o fim da publicidade até 2027, a manutenção do valor da Contribuição Audiovisual (CAV), entre outras medidas.

"Fica a faltar o plano de compensações para a perda real de receitas", realçam os sindicatos, apontando a dívida de 14 milhões de euros do Estado à RTP e que "a RTP, nas suas produções, por esvaziamento tecnológico, há muito que aluga meios técnicos aos operadores privados, nomeadamente à SIC".

Relativamente às críticas do primeiro-ministro, Luís Montenegro, aos jornalistas a quem, disse, são "sopradas" perguntas através de auriculares, os sindicatos consideram que o auricular é a cereja no topo deste bolo: "instrumento de técnica ancestral que transforma o jornalismo em conspiração e, na sua falha, os diretos em filmes mudos e, nessa altura, os pivôs em jornalistas ofegantes", refere o comunicado.

Os sindicatos – Federação dos Engenheiros (FE), Federação dos Sindicatos da Indústria e Serviços (FETESE), Sindicato das Comunicações de Portugal (SICOMP), Sindicato Democrático dos Trabalhadores dos Correios, Telecomunicações, Media e Serviços (SINDETELCO), Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisuais (SINTTAV), Sindicato dos Jornalistas (SJ), Sindicato dos Trabalhadores do Setor de Serviços (SITESE), Sindicato Independente dos Trabalhadores da Informação e Comunicações (SITIC), Sindicato dos Meios Audiovisuais (SMAV) e Sindicato dos Trabalhadores de Telecomunicações (STT) – dão ainda conta de terem sido já convocados pelo Conselho de Administração da RTP para uma reunião, na próxima terça-feira, para abordar o pacote das medidas do Governo para a RTP e o plano de saídas de trabalhadores.

Por sua vez, os representantes dos trabalhadores solicitaram já reuniões à tutela e aos grupos parlamentares.

"Os sindicatos signatários exigem o cumprimento da lei, recusam o atropelo e pretendem ser ouvidos em tudo o que diga respeito à RTP. Os trabalhadores e a empresa não precisam de caridade, precisam de boa liderança e de políticos conhecedores do setor", referem.

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