Sábado – Pense por si

Mulheres transgénero vão ficar de fora do futebol feminino em Inglaterra

Passou apenas um mês desde que a FA ter decidiu que as mulheres transgénero poderiam continuar as equipas femininas, no entanto uma decisão do Supremo Tribunal alterou o paradigma.

A Associação de Futebol do Inglaterra (FA) anunciou esta quinta-feira que vai proibir mulheres transgénero de jogarem em equipas futebol feminino a partir de dia 1 de junho, a medida surge no seguimento da decisão do Supremo Tribunal de que o termo "mulher", tal como é utilizado na Lei da Igualdade, se refere apenas a mulheres biológicas.

A decisão foi tomada apenas um mês depois da FA ter decidido que as mulheres transgénero poderiam continuar nas equipas femininas desde que mantivessem os seus níveis de testosterona abaixo de 5 nanomol por litro durante pelo menos 12 meses.

No entanto a decisão do Supremo Tribunal veio trazer uma reviravolta e levou a FA a acreditar que precisava de alterar as suas leis, a Federação Escocesa de Futebol anunciou à poucos dias que implementaria uma política semelhante a partir da próxima época.

"Como órgão regulador do desporto nacional, o nosso papel é tornar o futebol acessível ao maior número de pessoas possível, operando dentro da lei e da política internacional do futebol definida pela UEFA e pela Fifa", começou por referir a FA antes de explicar que "a política atual, que permite que mulheres transgénero participem no futebol feminino, foi baseada nesse princípio e apoiado por parceiros jurídicos especializados".

Ainda assim o órgão considera que "este é um assunto complexo" e que sempre referiu que "se houvesse uma mudança material na lei, na ciência ou na operação da política no futebol de base" a regra seria "revista e alterada, se necessário".

David Davies/ AP

Agora a decisão do Supremo Tribunal, a 16 de abril, implica que a política da FA seja alterada e que as mulheres transgénero fiquem de fora da liga feminina a partir de 1 de junho de 2025. Esta decisão vai afetar vinte jogadoras e a associação já garantiu que iria entrar em contacto com todas as atletas para lhes explicar as mudanças que se seguem: "Entendemos que esta seja uma situação difícil para as pessoas que simplesmente querem jogar o jogo que amam no género com o qual se identificam e estamos a entrar em contacto com as mulheres transgénero registadas para explicarmos as mudanças e como podem continuar envolvidas no jogo".

Artigos Relacionados
No país emerso

Por que sou mandatária de Jorge Pinto

Já muito se refletiu sobre a falta de incentivos para “os bons” irem para a política: as horas são longas, a responsabilidade é imensa, o escrutínio é severo e a remuneração está longe de compensar as dores de cabeça. O cenário é bem mais apelativo para os populistas e para os oportunistas, como está à vista de toda a gente.

Visto de Bruxelas

Cinco para a meia-noite

Com a velocidade a que os acontecimentos se sucedem, a UE não pode continuar a adiar escolhas difíceis sobre o seu futuro. A hora dos pró-europeus é agora: ainda estão em maioria e 74% da população europeia acredita que a adesão dos seus países à UE os beneficiou.