Antigo piloto, que esta semana celebra o 58.º aniversário, foi vítima de uma grave queda quando esquiava nos Alpes franceses e está desde então afastado da ribalta.
Faz esta segunda-feira precisamente 12 anos que a vida de Michael Schumacher e de todos os que lhe são próximos mudou. Foram 12 anos em que os filhos se tornaram adultos, Mick até passou pela Fórmula 1 e Gina desenvolveu a sua paixão pelos cavalos, tornou-se amazona e até já lhe deu uma neta. O sete vezes campeão mundial de F1, que no próximo sábado celebra o 58.º aniversário, nunca mais foi visto publicamente depois do acidente que não lhe tirou a vida, mas que o afastou da vida de muita gente.
A 29 de dezembro de 2013 o alemão, sete vezes campeão mundial de Fórmula 1, esquiava com o filho mais novo na estância de Méribel, no coração dos Alpes franceses, quando sofreu uma queda e embateu violentamente com a cabeça numa rocha. O capacete, que se partiu, salvou-lhe a vida, mas não impediu as lesões cerebrais que o deixaram em coma por alguns meses. Foi transportado de helicóptero para um hospital próximo e mais tarde transferido para o centro de traumatologia de Grenoble. Só que a hemorragia cerebral levou a que o seu estado de saúde se deteriorasse rapidamente.
Foi sujeito a duas cirurgias, com o intuito de remover um hematoma e aliviar a pressão intracraniana, e permaneceu internado até junho de 2014. Os fãs aglomeravam-se à porta do hospital, rezando pelas melhoras do seu campeão, mas as informações sobre a condição física de 'Schumi' eram escassas.
Em junho foi removido do coma e transferido para um hospital na Suíça, uma viagem que todavia não foi isenta de 'percalços'. Um indivíduo que trabalhava para a empresa que fez o transporte aéreo roubou o relatório clínico de Schumacher e tentou vendê-lo à imprensa europeia por 50 mil euros. Foi depois preso em agosto, acabando por suicidar-se em seguida.
Regresso a casa
Michael Schumacher teve alta e regressou a casa em agosto de 2014. A assessoria de imprensa do antigo piloto nunca revelou informações concretas sobre o seu estado de saúde. Estava consciente? Conseguia falar ou andar? Na altura foi apenas dito que 'Schumi' tinha pela frente uma "longa batalha".
Fechado na sua mansão em Glend, nas margens do Lago Genebra, Corinna Schumacher rodeou-o dos melhores cuidados médicos, numa espécie de mini-hospital com médicos, fisioterapeutas e enfermeiros. Todos assinaram termos de confidencialidade, ninguém podia revelar nada sobre o estado de saúde do doente.
A mulher do ex-piloto limitou também as visitas apenas aos amigos mais chegados, que pouco ou nada revelaram ao longo destes anos. Willi Weber, antigo empresário de Schumacher, contou em 2016 que tinha sido impedido de visitar o amigo. Já Jean Todt, ex-presidente da Federação Internacional de Automobilismo e antigo 'patrão' do alemão na Ferrari, teve autorização para frequentar a mansão e disse que o ex-piloto travava a maior batalha da sua vida.
Michael Schumacher com a mulher, Corinna, em 2011AP
Caça à notícia
O secretismo aguçou a curiosidade e a imprensa sensacionalista europeia fez de tudo para descobrir um dos maiores mistérios dos últimos anos. Fotógrafos penduraram-se e árvores ou aventuravam-se de barco no lago em frente à casa da família, na esperança de captar uma imagem do antigo piloto; os amigos mais próximos eram 'pressionados' a revelar informações. Mas pouco ou nada se soube.
Em 2023 - ano em que o filho, Mick Schumacher, deixou a Fórmula 1 depois de duas temporadas discretas ao serviço da Haas - a revista alemã 'Die Aktuelle' chegou a publicar uma "entrevista" exclusiva com o heptacampeão, mas com conteúdo gerado por inteligência artificial, que gerou muita polémica, isto depois de a família ter sido vítima de uma tentativa de extorsão, que chegou este ano a tribunal.
Uma investigação levada a cabo na Suíça e na Alemanha revelou que um ex-segurança da família, Markus Fritsche, roubou fotos e vídeos, além de informação médica, ao perceber que seria despedido.
Os três homens que chantageraram a família de Schumacher foram condenadosAP
Depois, com a ajuda de dois amigos chantageou a família do antigo piloto, pedindo qualquer coisa como 14 milhões de euros em troca dos documentos. Em fevereiro deste ano foram todos condenados pelo Tribunal Regional de Wuppertal, na Alemanha, com o mentor do plano receber a pena mais pesada, três anos de prisão.
Acusação de violação
Mas as polémicas na mansão não se ficaram por aqui. Este ano o jornal suíço '24 Heures' revelou que uma ex-enfermeira particular de Michael Schumacher teria sido vítima de violação na casa da família, na Suíça.
O caso teria acontecido em novembro de 2019 e o acusado seria um piloto de corridas, amigo de Mick Schumacher, que estaria na mansão como convidado.
Vista aérea na mansão da família Schumacher na SuíçaAP
A acusação chegou à justiça, mas o reu, que segundo alguma imprensa, será australiano, não chegou a comparecer na audiência no Tribunal Criminal de Nyon. A ação está em segredo de justiça, pelo que os nomes da enfermeira e do piloto estão sob sigilo.
Documentário
Em 2021 foi lançado o documentário 'Schumacher', em exclusivo na 'Netflix', com vista a celebrar os 30 anos da estreia de Michael na Fórmula 1. Contou com depoimentos de amigos e da família, mas o secretismo em torno do estado de saúde o ex-piloto manteve-se, isto embora a mulher admitisse que 'Schumi' "está diferente".
Corinna, no final do documentário, admite que nunca culpou Deus pelo que aconteceu ao marido. "Foi só azar, podia ter acontecido com qualquer um. Claro sinto falta dele todos os dias, mas não sou a única. As crianças, a família, o pai dele, todos ao redor... Todos sentem falta de Michael", referiu, prosseguindo: "Mas o Michael está aqui. Ele está diferente, mas está aqui. E isso nos dá força. Estamos juntos, vivemos juntos em casa. Ele está em tratamento. Fazemos de tudo para melhorar a sua condição, para garantir que esteja confortável e para fazer com que se sinta em família, uma ligação."
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O poder das palavras é superpoderoso. Porém, as palavras, por si só, não têm o poder de fazer acontecer ou organizar a nossa vida, as nossas escolhas ou o nosso tempo.
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