Organização que representa milhões de trabalhadores tinha pedido um observador independente para avaliar as condições laborais dos migrantes na Arábia Saudita, na preparação para o Mundial de 2034.
A FIFA não vai permitir que uma organização independente avalie as condições de trabalho dos trabalhadores migrantes envolvidos na construção de infraestruturas para o Mundial de 2034. Segundo reporta o jornal britânico The Guardian, a FIFA recebeu um pedido da ITUC-Africa, uma organização sindical africana que representa cerca de 18 milhões de trabalhadores, para aumentar a proteção dada aos trabalhadores migrantes.
Manu Fernandez/AP
Como resposta, a federação defende que as medidas já em vigor são suficientes, afirmando que obrigam os anfitriões a "respeitar os seus deveres e responsabilidades ao abrigo dos direitos humanos internacionais em todas as atividades associadas ao torneio".
A ITUC-Africa fez o seu pedido em dezembro devido às preocupações com a violação dos direitos humanos no país, que já tinham sido abordadas na altura da sua nomeação enquanto anfitrião da competição pelo presidente da FIFA, Gianni Infantino. "É claro que estamos cientes das críticas e dos receios. É isto que esperamos: melhorias sociais, impactos positivos nos direitos humanos", afirmou.
De acordo com a organização de direitos humanos Human Rights Watch, os trabalhadores migrantes na Arábia Saudita representam 42% da população, mas "apesar do dos seus contributos, enfrentam abusos em todos os setores de atividade".
A organização sindical apelou que fossem efetuadas uma série de intervenções, incluindo o fim do Kafala. Muito usado nos países do Médio Oriente, este sistema vigia os trabalhadores migrantes e exige que tenham um patrocinador no país onde trabalham, geralmente o empregador, responsável pelo seu visto. Este método é considerado por várias agências de direitos humanos como uma via facilitada para a exploração laboral. A ITUC-Africa pediu ainda a presença de monitores independentes para verificar as condições laborais dos trabalhadores.
Já em 2022 a mesma polémica surgiu antes do Mundial que teve lugar no Qatar. Em 2010, a FIFA concedeu que a nação árabe fosse a anfitriã da competição sem que fossem tomadas quaisquer condições de proteção para os trabalhadores migrantes.
Numa entrevista ao jornalista britânico Piers Morgan, o responsável e organizador da competição na Arábia Saudita, Hassan Al-Thawadi, revelou que entre 400 e 500 trabalhadores migrantes tinham morrido em projetos relacionados com a construção dos estádios e das restantes infraestruturas.
Atualmente, estima-se que residam no país cerca de 10 milhões de trabalhadores migrantes que constituem grande parte da mão de obra necessária para a construção das infraestruturas necessárias. Os projetos até agora confirmados incluem a construção de 11 estádios novos, uma rede de transportes alargada e cerca de 185 mil quartos de hotel.
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