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Supremo Tribunal mandatou a rede social a nomear um representante legal para o país. Musk respondeu ao juiz Alexandre Moraes que este um dia seria preso pelas suas decisões.
A X (antigo Twitter) pode vir a ser banida do Brasil já esta quinta-feira, ameaçou o Supremo Tribunal Federal, reacendendo uma contenda entre o juiz brasileiro Alexandre Moraes e o dono da rede social, Elon Musk. Musk acusa Moraes de ser um proto-ditador que é contra a liberdade de expressão e demonstrou o seu desejo de ver o juiz ser preso.
O que está em causa?
O Supremo Tribunal Federal intimou o multimilionário Elon Musk através da sua própria plataforma, a rede social X (antigo Twitter), a nomear um representante legal para o X no Brasil em menos de 24 horas, ameaçando que se não o fizer, a rede social pode ser suspensa naquele país.
Em resposta, Musk respondeu com uma imagem gerada por inteligência artificial que mostra o juiz Alexandre Moraes atrás de grades e a legenda: "Um dia, Alexandre, esta imagem de ti atrás de grades vai ser verdadeira. Regista o que eu digo".
Este é apenas mais um episódio na já longa disputa entre o juiz brasileiro e o dono da rede social.
Porque foi emitida a intimação?
A X anunciou a 17 de agosto que iria encerrar as operações no Brasil, deixando de ter uma sede naquele país devido a um alegado despacho de Moraes que ordenava que se multasse e prendesse a responsável pelo escritório do X no Brasil, Rachel Conceição, por não acatar decisões judiciais. Contudo, não são mencionadas que decisões são estas.
No documento partilhado pela rede social pode ler-se: "Multa diária de R$ 20 mil à administradora da empresa, Rachel de Oliveira Villa Nova Conceição, cumulativa àquela imposta à empresa, bem como decretação de prisão por desobediência à determinação judicial". Segundo o X, a cópia do mandado de Moraes - que não é pública ainda - foi publicada para "expor as suas ações".
"Apesar de nossos inúmeros recursos ao Supremo Tribunal Federal não terem sido ouvidos, de o público brasileiro não ter sido informado sobre essas ordens e da nossa equipa brasileira não ter responsabilidade ou controlo sobre o bloqueio de conteúdo em nossa plataforma, Moraes optou por ameaçar-nos em vez de respeitar a lei ou o devido processo legal", escreveu o X através da conta Global Affairs. "Como resultado, para proteger a segurança de nossa equipe, tomamos a decisão de encerrar nossas operações no Brasil, com efeito imediato. O serviço X continua disponível para a população do Brasil", prosseguiu.
A publicação termina com a frase: "[As ações de Alexandre Moraes] São incompatíveis com um governo democrático. O povo brasileiro tem uma escolha a fazer - democracia ou Alexandre de Moraes".
Last night, Alexandre de Moraes threatened our legal representative in Brazil with arrest if we do not comply with his censorship orders. He did so in a secret order, which we share here to expose his actions.
— Global Government Affairs (@GlobalAffairs) August 17, 2024
Em resposta, esta quarta-feira, 28 de agosto, o juiz do STF Alexandre de Moraes determinou que a X estava obrigada a designar um representante legal para o Brasil no espaço de 24 horas e que se não cumprisse a decisão, poderia vir a ser banido do país. "O ministro [a denominação usada para o juiz] Alexandre de Moraes, relator, nos termos da decisão proferida nos autos em epígrafe, manda à Secretaria Judiciária deste Supremo Tribunal Federal proceder à intimação, por meios eletrônicos, de Elon Musk, da decisão proferida nos autos em epígrafe em 18/08/2024, que determinou a indicação, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, do nome e qualificação do novo representante legal da X Brasil em território nacional, devidamente comprovados junto à JUCESP, sob pena de imediata suspensão das atividades da rede social 'X' (antigo Twitter) até que as ordens judiciais sejam efetivamente cumpridas", pode ler-se no texto.
Moraes pedia ainda que a empresa norte-americana pagasse as multas que devia. Essa intimação foi publicada no X, e Musk foi marcado na publicação.
De acordo com o STF, a falta de um representante legal no país forçou a justiça brasileira a recorrer à rede social para intimar a mesma, informando ainda que a antiga advogada do X no Brasil também foi notificada.
Esta intimação é válida?
Os meios de comunicação social brasileiros, esta é a primeira vez que o STF intimou alguém via rede social na sua história e muitos especialistas contestam que a mesma seja válida, já que a constituição brasileira prevê que uma intimidação tenha de ser entregue sob a forma de uma carta rogatória física e não digital.
Musk vs. Moraes, o primeiro assalto
Esta não é a primeira vez que Musk ataca o juiz brasileiro. Em abril deste ano o multimilionário acusou o STF de promover censura e afirmava que o Brasil estava prestes a tornar-se uma ditadura, sendo Moraes o alegado ditador, uma acusação que é amplamente reproduzida pelos seus seguidores. Esta acusação foi feita na sequência de uma decisão judicial que instava o X a bloquear determinadas contas brasileiras. Prontamente, o dono da empresa, o multimilionário Elon Musk, afirmou que iria "levantar todas as restrições" e que "os princípios são mais importantes que o lucro".
Musk acusou posteriormente o ministro do STF de ser responsável por decretar restrições às ditas contas - que não identificou. E prometeu que iria divulgar todos os pedidos endereçados por Alexandre Moraes à X que, alegadamente, "violam a Constituição brasileira".
Enquanto Bolsonaro era presidente do Brasil, o dono da X visitou o Brasil e o conservador referiu-se a Musk como "o mito da liberdade", sendo que muitas contas pró-Bolsonaro apoiam as investidas de Musk contra Moraes.
O projeto-lei das Fake News brasileiro prevê que o poder judicial tenha poder de impor sanções a plataformas que não retirem do ar, até 24 horas depois de uma decisão judicial, conteúdos ilícitos.
Ao longo dos últimos anos, Alexandre Moraes tomou várias medidas relativas a perfis de redes sociais e determinou a suspensão de uma série de contas de alvos de investigações, inclusive de deputados. Estas suspensões aumentaram nas eleições de 2022, quando começaram a surgir publicações que apelavam a um golpe e a pedir uma intervenção militar caso Bolsonaro fosse derrotado.
Desde que Musk assumiu a liderança do Twitter, afirmando-se como um "absolutista da liberdade de expressão", que os analistas apontam para um aumento do discurso de ódio e da desinformação na plataforma.
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