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Governo dos EUA admite sanções contra juiz brasileiro inimigo de Musk e Bolsonaro

Washington acusa-o de impedir a liberdade de expressão através de restrições nas redes sociais.

O secretário de Estado norte-americano admitiu hoje haver uma forte possibilidade de aplicar sanções contra o juiz do Supremo Tribunal brasileiro Alexandre de Moraes, conhecido como inimigo número um do bolsonarismo e que já teve embates com Elon Musk.

AP Photo/Eraldo Peres, File

Questionado numa audição no Congresso sobre se a administração Trump estava a considerar sanções contra Alexandre de Moraes, Mark Rubio respondeu: "Isso está agora a ser revisto, e é bem possível que venha a acontecer".

Em particular, Washington acusa-o de impedir a liberdade de expressão através de restrições nas redes sociais.

Os embates entre a plataforma X e o Supremo Tribunal Federal brasileiro atingiram o clímax em agosto do ano passado, quando a rede social foi bloqueada no Brasil, por ordem de Alexandre de Moraes, devido à recusa da plataforma em cumprir ordens judiciais.

A empresa, que tem como principal acionista o bilionário Elon Musk, também fechou o escritório no país e chegou a operar sem um represente legal, o que é vedado pela legislação brasileira.

Musk acusou pessoalmente Moraes de ser um "ditador de toga" e incentivou manifestações pedindo a destituição do juiz.

Pouco mais de um mês após o bloqueio, a empresa recuou, pagou multa de 28,6 milhões de reais (4,7 milhões de euros) e prometeu respeitar as decisões dos tribunais brasileiros.

O juiz também ordenou o bloqueio da plataforma de vídeo Rumble, popular entre os conservadores americanos, por não ter cumprido as ordens judiciais.

Para além disso, Alexandre de Moraes é o juiz  relator do caso na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal no julagmento sobre a tentativa de golpe de Estado contra Lula da Silva que terá tido Jair Bolsonaro como mentor.

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